Atividade Física na Infância

Médico ortopedista especialista em joelho e médico do esporte

A atividade física é indicada para pessoas de qualquer idade, mas é especialmente importante durante a infância. Para se tornarem fisicamente ativas mais tarde na vida, as pessoas precisam se sentir confiantes no ambiente esportivo. Essa confiança, como adulto, geralmente vem do aprendizado de movimentos fundamentais e habilidades esportivas básicas quando criança.

Crianças atleticamente ativas tendem a levar vantagem na vida adulta em relação a seus pares de hábitos mais sedentários, independente da profissão escolhida. Desenvolvimento de liderança, trabalho em equipe, ajuda ao próximo e tomadas de decisões são habilidades fortemente exploradas no esporte. Mais do que isso, o esporte ensina a criança a encarar derrotas e decepções.

A consciência corporal adquirida é um ganho permanente e transferível para outras formas de atividades, de modo que uma criança atleticamente ativa terá maior facilidade no futuro para aprender movimentos e exercícios até então nunca realizados, quando comparado com pessoas que tiveram uma infância sedentária.

A criança não é um “adulto em miniatura”. Reconhecer as especificidades do corpo e da mente da criança é fundamental para quem deseja trabalhar com o esporte de base, de formação. O treinamento físico deve ser específico para cada idade e para cada fase do desenvolvimento da criança.

Sedentarismo infantil

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o mínimo de uma hora de atividade moderada ou intensa por dia até os 17 anos de idade. Estudos demonstram que 45% das crianças entre 10 e 12 anos no Brasil e 56% das meninas na mesma idade não cumprem estas metas, sendo estes números ainda mais alarmantes entre adolescentes.

Ainda que dores e doenças tipicamente associadas ao sedentarismo não costumem se manifestar nesta faixa etária, a falta de atividade física terá efeitos negativos tanto para a estrutura física como para o desenvolvimento psicossocial.

Crianças sedentárias são mais propensas a manterem uma vida sedentária quando adultos, quando passam a desenvolverem doenças como obesidade, pressão alta e diabetes, além de dores e lesões musculoesqueléticas.

Quais as atividades físicas mais indicadas para as crianças?

A indicação para atividades físicas varia conforme a idade da criança. Oferecer o estímulo adequado, na dose adequada e no momento adequado é fundamental, seja para aqueles poucos que virão a se tornar um atleta de sucesso no futuro, seja para aqueles que buscam, simplesmente, uma vida adulta ativa e saudável.

Quanto mais jovem a criança, mais diversos devem ser os estímulos, de forma a permitir o desenvolvimento de habilidades também diversas. A especialização esportiva precoce pode até permitir a uma criança desenvolver as habilidades mais exigidas no seu esporte e poderá trazer bons frutos esportivos em um primeiro momento.

Esta criança, porém, não desenvolverá habilidades menos exigidas pelo seu esporte. Isso pode não fazer tanta diferença em um primeiro momento, onde o nível competitivo é menor, mas deixarão a criança para trás em uma idade mais avançada, quando o nível competitivo aumenta.

Podemos dizer, desta forma, que a especialização esportiva precoce é prejudicial tanto para o desenvolvimento integral da criança como para a performance esportiva futura.

Atividade física na primeira infância (0 a 6 anos)

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Atividade física na segunda infância

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Atividade física na pré-adolescência

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Atividade física na adolescência

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Atividade física em crianças com condições especiais

Existem pouquíssimas condições nas quais a atividade física está formalmente contraindicada para uma criança. Como regra geral, quanto menos saudável for uma criança, maior a importância da prática de exercícios.

Algumas condições, porém, podem exigir cuidados específicos, de forma a minimizar os riscos e potencializar os benefícios da prática de atividade física, como discutiremos a seguir.

Obesidade infantil e atividade física

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Atividade física em pacientes com TDAH

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Atividade física para crianças asmáticas

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Atividade física para diabéticos

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Considerações sobre esportes específicos na infância

A maior parte dos esportes praticados por adultos podem ser adaptados para serem praticados também durante a infância. Ainda assim, o treinamento não deve ser uma versão resumida do treino do adulto. Discutimos abaixo algumas especificidades para o público pediátrico em esportes específicos

Exercícios de força para crianças e adolescentes

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Corrida de rua para crianças

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Aspectos médicos do futebol na infância

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Ballet na infância e adolescência

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Aspectos nutricionais relacionados ao atleta infantil

A alimentação e hidratação do atleta infantil é importante não apenas para a melhora no desempenho esportivo, mas também para a manutenção da saúde e para assegurar energia suficiente para as demandas relacionadas ao crescimento e desenvolvimento corporal.

Na grande maioria das crianças isso deve ser feito a partir de uma ingesta alimentar equilibrada, sendo pouquíssimas as situações em que o uso de suplementos proteicos ou de carboidratos são indicados. Deficiências nutricionais são comuns principalmente entre meninas adolescentes envolvidas em esportes de maior exigência estética, como o ballet e a ginástica.

A hidratação também deve ser considerada, uma vez que o controle da temperatura corporal é mais sensível a variações no estado de hidratação da criança.

Discutimos neste link com mais detalhes aspectos importantes sobre a nutrição do atleta infantil.

Esqueleto infantil

O esqueleto infantil tem algumas características que o diferem do esqueleto adulto e que influenciam no desenvolvimento de lesões:

  • Maior elasticidade e porosidade;
  • Periósteo (membrana que envolve o osso) mais resistente;
  • Presença das cartilagens de crescimento (local onde o osso cresce).

A cartilagem de crescimento (também chamada de cartilagem epifisária, placa epifisária, fise ou placa de crescimento) é uma estrutura presente em cada extremidade dos ossos longos, responsável pelo crescimento longitudinal destes ossos.

A placa é encontrada apenas em crianças e adolescentes. Com o fim do crescimento, a placa se fecha, sendo que a idade em que ocorre este fechamento varia de osso para osso. A fusão completa ocorre entre as idades de 12 a 16 anos para meninas e 14 a 19 anos para meninos.

A placa de crescimento representa um ponto de fragilidade do osso, sendo acometida em grande parte das lesões em crianças e adolescentes. Pode ser acometida tanto por lesões traumáticas (fraturas por avulsão, fraturas fisárias) como em lesões por esforços repetitivos (doença de Osgood-Schlatter, doença de Severe). Além disso, a placa fisária influencia na técnica cirúrgica de lesões como o rompimento do Ligamento Cruzado Anterior.

Lesões esportivas na infância

As lesões esportivas na infância são a segunda principal causa de visitas em serviços de emergência para crianças e adolescentes e a principal causa de lesões na escola.

O atleta infantil está sujeito a uma série de lesões, tanto em decorrência de trauma como de esforços repetitivos / sobrecarga. Algumas destas lesões são específicas de um esqueleto ainda imaturo; outras acometem também os atletas adultos, mas se comportam de forma específica nas crianças e adolescentes.

Fraturas em crianças

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Fraturas por avulsão

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Lesões do Ligamento Cruzado Anterior em Crianças

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Doença de Osgood-Schlatter (tuberosidade da tíbia)

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