Doença de Osgood-Schlatter (tuberosidade da tíbia)
15 de fevereiro de 2021Terapias manuais para a coluna
16 de fevereiro de 2021Antigamente, quando uma criança machucava o Ligamento Cruzado Anterior, a cirurgia era protelada até a maturidade esquelética do paciente. Nas meninas, ela ocorre entre os 12 e os 13 anos e, nos meninos, entre os 14 e os 15 anos.
A justificativa era o risco da criança desenvolver problemas com o crescimento da perna e a preocupação baseia-se no fato de que, durante a cirurgia, são feitos túneis ósseos para a passagem do novo ligamento cruzando a fase, estrutura responsável pelo crescimento dos ossos.
A imagem A mostra um osso adulto, com a placa de crescimento já fechada; a imagem B mostra uma radiografia de um joelho infantil, com a placa de crescimento ainda aberta; a imagem C mostra os túneis ósseos para reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior, pela técnica tradicional. Observe como estes túneis ósseos cruzam a placa de crescimento do osso, gerando preocupação quanto a eventuais problemas relacionados ao seu pleno desenvolvimento.
Adiar a cirurgia é mesmo uma boa alternativa?
Não. Infelizmente, percebeu-se que adiar a cirurgia até a maturidade esquelética não é uma boa solução. O risco de lesões no menisco é duas vezes maior quando a cirurgia é protelada por 5 a 12 meses, e quatro vezes maior após um ano. Há ainda o risco de lesões na cartilagem articular e tudo isso gera um prognóstico ruim para o futuro da criança.
A cirurgia traz problemas relacionados ao crescimento das crianças?
Na prática, esse risco é bastante reduzido. Já o risco de lesões associadas ao tratamento não cirúrgico é elevado. Em geral, a tendência é de se indicar a cirurgia logo após a lesão. Seja como for, o tratamento deve sempre ser discutido caso a caso com o ortopedista especialista em joelho.
Como é a técnica cirúrgica?
A reconstrução do LCA em crianças pode ser realizada com diferentes técnicas. As principais são a transfisária, bem parecida com o que é realizado em adultos, e a extra-articular, considerada não anatômica. Porém, as técnicas não anatômicas, desenvolvidas para evitar a violação da fise de crescimento, apresentam resultados pouco satisfatórios a longo prazo.
Como é feita a escolha da técnica cirúrgica?
A escolha da técnica deve ser feita pelo ortopedista especialista em joelho e depende do estágio de desenvolvimento esquelético da criança.
Para determiná-lo, a principal referência é a escala de Tunner, que varia de 1 a 4 e baseia-se em características sexuais, como o tamanho das mamas, os órgãos genitais, o volume dos testículos e o desenvolvimento de pelos pubianos e axilares.
Nos estágios 3 e 4 de Tunner, os pacientes têm risco bastante reduzido de apresentarem deformidades ósseas e, quando elas ocorrem, tendem a ser pouco significativas e passíveis de correção. Felizmente, a grande maioria das lesões de ligamento em atletas mirins envolve crianças nesses estágios de desenvolvimento.
Já os pacientes nos níveis 1 e 2 têm baixo risco de deformidades, mas, quando elas ocorrem, as consequências podem ser bastante ruins. Por isso, uma opção razoável é realizar a cirurgia extra-articular (não anatômica).
Ainda que o risco de falha seja maior, a lesão poderá ser abordada novamente no futuro, quando os riscos de problemas ligados ao crescimento ósseo forem menores.
A lesão do Ligamento Cruzado Anterior é a principal causa de indicação cirúrgica entre atletas e você pode conhecer mais sobre ela a partir da leitura dos artigos sugeridos abaixo:
A lesão do Ligamento Cruzado Anterior é a principal causa de indicação cirúrgica entre atletas. Você pode conhecer mais sobre ela a partir da leitura dos artigos sugeridos abaixo:
Lesões do Ligamento Cruzado Anterior em Mulheres
Reabilitação do Ligamento Cruzado Anterior
Falha da Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior