O rugby é um esporte coletivo de alta intensidade, com muito contato físico e movimentos rápidos. Por isso tudo, a incidência de lesões é alta: estima-se que, no nível profissional, um a cada quatro jogadores percam ao menos uma partida em decorrência de lesões. Este número é três vezes maior do que o observado no futebol, considerando-se o mesmo nível de competição.
Lesões mais comuns no rugby
Mais de 40% das lesões são distensões ou contusões musculares, 25% são entorses (principalmente no joelho ou tornozelo) e 15% são lesões na cabeça. Os outros 20% incluem fraturas, ferimentos cortantes e lesões por uso repetitivo / sobrecarga.
Tornozelo: Os entorses do tornozelo são comuns, representando aproximadamente uma em cada sete lesões no rugby.
Lesões do joelho no rugby: As lesões no joelho são a principal causa para perda de treino ou jogo. A lesão do Ligamento Cruzado Anterior é a principal causa de indicação cirúrgica em jogadores de rugby.
Lesões do ombro no rugby: Envolvem a luxação do ombro, a luxação da clavícula ou fraturas, principalmente na clavícula. Ocorrem pelo contato ombro contra ombro ou, mais frequentemente, pela queda ao solo sobre o ombro.
Traumas na cabeça: Como em outros esportes que envolvem velocidade e contato, traumas na cabeça são comuns, até mesmo pela falta do uso de capacete. A concussão caracteriza-se por uma alteração fisiológica da função cerebral que ocorre após um choque. Caracteriza-se entre outras coisas por confusão, esquecimento, tontura, visão turva e dores de cabeça.
Todo jogador que apresente estes sinais após um trauma na cabeça deve ser removido do treino ou jogo. É muito importante que eles sejam devidamente avaliados e liberados para jogar por um profissional médico qualificado, experiente e familiarizado com o gerenciamento das concussões.
Lesões no pescoço no rugby: podem ser bastante graves, pelo risco de lesão medular, o que pode causar a paraplegia ou até mesmo a morte.
Como acontecem as lesões?
O tackle é o principal mecanismo de lesão no rugby, seguido pelo scrum.
Tackle
O tackle é responsável por 58% das lesões no rugby. Tanto o tackler quanto o atacante podem se machucar, sendo os atacantes mais lesionados durante os choques laterais, enquanto que o tackler se machuca mais com o choque frontal.
Tackles duplos ou aqueles que ocorrem na parte alta do corpo (ombro ou cabeça) apresentam maior risco para as graves lesões de cabeça ou pescoço. A world rugby tem orientado maior rigor por parte da arbitragem na aplicação de penalidades nestes casos.
Scrum
O scrum é responsável por 11% das lesões no rugby, sendo que os forwards (especialmente na primeira fila) são mais frequentemente acometidos por estas lesões. O scrum preocupa não apenas pela frequência, mas também pela gravidade das lesões: ao forçar a cabeça em hiperextensão, há o risco de graves lesões medulares no pescoço, podendo levar à paraplegia ou até mesmo à morte do jogador.
Quais jogadores de rugby sofrem mais lesões?
Estudos demonstram que a perda de jogos em decorrência de lesões não muda muito entre os forwards e os backwards, mas os tipos de lesões são diferentes.
Os forwards são habitualmente maiores e mais pesados, sendo responsáveis pela disputa da posse de bola. As lesões no pescoço, ainda que possam ocorrer em qualquer jogador, é mais comum nos forwards devido principalmente ao scrum.
Já os backs (principalmente os pontas) possuem maior agilidade e velocidade. Em função disso, são mais acometidos pelas lesões musculares posteriores da coxa.
Lesões no joelho ou ombro são comuns tanto em forwards como nos backs.
Um fator que influencia muito no risco de lesões é o nível técnico e físico do jogador. Um tackle muito bem executado sobre um jogador que não sabe se defender tão bem faz com que o risco de lesão no jogador menos experiente aumente bastante.
Como evitar as lesões no rugby?
Pelas características do esporte, as lesões serão sempre fonte de preocupação entre os jogadores de rugby, mas algumas medidas podem ser adotadas para minimizar o risco:
Um dos pontos mais importantes é a escolha do adversário. Jogar contra um adversário muito superior do ponto de vista técnico e tático é pedir para se machucar.
Utilize sempre os protetores bucais
O preparo físico é fundamental. O rugby não é um esporte para ser feito de forma ocasional por pessoas que estejam sem fazer atividade física regular.
Não retorne para o jogo com queixa de dor no pescoço ou cabeça após trauma sem uma adequada avaliação médica. Um segundo trauma (bastante comum no rugby) pode agravar muito a lesão.
O Dr. João Hollanda é ortopedista especialista em joelho e lesões no esporte, e médico da Seleção Brasileira de Futebol Feminino.
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