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12 de novembro de 2020Infecção
A infecção é a complicação cirúrgica mais temida pelos ortopedistas especialistas em joelho, pois exigem tratamento prolongado e eventual substituição da prótese. Estudos demonstram que a infecção se desenvolve em 1 a 5% dos pacientes operados, com uma média em torno de 2 a 3% na maior parte dos serviços e pacientes.
Sinais sugestivos de infecção após prótese de joelho: a imagem da esqueda mostra um joelho hiperemiado (“vermelho”); a imagem central demostra a saída de pús pela ferida operatória; a imagem da direita demonstra uma fístula na parte da frente do joelho.
Como ocorrem as infecções?
As infecções podem ocorrer de duas maneiras:
Por implantação direta de micro-organismos durante o ato operatório;
Pela disseminação desses micro-organismos provenientes de um foco distante de infecção, principalmente infecções dentárias, urinárias ou pulmonares.
Como podemos classificar as infecções?
As infecções podem ser classificadas em três grupos:
- Infecções agudas: ocorrem por contaminação durante o ato cirúrgico e apresentam-se com os sinais clássicos de infecção: dor intensa, aumento de temperatura, edema e vermelhidão. Pode ocorrer a saída de pus pela ferida operatória e o paciente pode apresentar febre;
- Infecções agudas tardias:apresentam-se da mesma forma que as infecções agudas, mas com um maior tempo de intervalo da cirurgia. O paciente apresenta boa evolução inicial e uma piora súbita. A infecção acontece quando micro-organismos provenientes de outro foco de infecção (urinária, por exemplo) entram no sangue e se instalam ao redor da prótese;
- Infecções crônicas:são de baixa virulência e não se apresentam com os sinais clássicos de infecção. Usualmente, o paciente não apresenta febre nem sinais de vermelhidão ouinchaço significativo. Deve-se suspeitar desse tipo de infecção em casos de dor sem outra explicação aparente ou em casos de soltura precoce da prótese.
Quais são os fatores de risco e como é feita a prevenção?
Alguns pacientes estão sob maior risco de infecção, mas é importante considerar fatores de risco relacionados também ao ambiente cirúrgico e à técnica cirúrgica.
Alguns desses fatores de risco podem ser controlados antes da cirurgia:
Paciente
Tabagismo, alcoolismo, desnutrição e doenças como o diabetes ou insuficiência vascular aumentam o risco de infecção. O mesmo vale quando há próteses ou outros implantes e na ocorrência de outros focos de infecções (principalmente urinárias, dentárias ou pulmonares).
O uso de tabaco e álcool deve ser minimizado. Exames de sangue podem identificar eventuais deficiências nutricionais a serem compensadas. O diabético deve ser monitorado para que mantenha o melhor controle possível em relação à doença. Procedimentos dentários ou urológicos necessários ao paciente devem ser realizados antes da cirurgia de prótese, pois a manipulação posterior aumenta o risco de infecção tardia.
Ambiente cirúrgico
Em relação ao ambiente cirúrgico, algumas medidas são de vital importância:
- A manutenção do sistema de ar-condicionado;
- A utilização de fluxo de ar laminar;
- Esterilização e acondicionamento adequado dos materiais protéticos;
- Técnica de assepsia e antissepsia, além de paramentação correta da equipe cirúrgica e do campo operatório.
Técnica cirúrgica
A técnica cirúrgica contribui para um maior risco de infecção quando o tempo cirúrgico prolonga-se além do necessário, ou em casos mais graves, que exigem manipulação excessiva. Pacientes que apresentam maior sangramento na cirurgia também apresentam maior risco.
Como é feito o diagnóstico das infecções?
As infecções agudas são diagnosticadas com base na história clínica e em exame físico (que costumam ser bem evidentes). Já as infecções crônicas, porém, nem sempre são tão óbvias. Elas devem ser suspeitadas sempre que o paciente apresentar dor incompatível e sem outra explicação evidente, ou em casos de soltura precoce da prótese.Exames de sangue, tomografia ou cintilografia podem ajudar no diagnóstico. Punção e análise do líquido de dentro da articulação também podem são opções.
Como é o tratamento das infecções?
Em casos de infecção aguda, deve-se proceder com limpeza cirúrgica seguida do uso de antibióticos em caráter de urgência. Eles podem ser usados por boca ou na veia, a depender do agente causador da infecção. A administração pode ser feita em casa ou com o paciente internado. O tempo de utilização dos antibióticos deve ser determinado caso a caso.
Atenção:quanto maior o intervalo entre o aparecimento da infecção e a limpeza cirúrgica, menor a chance de resolução da infecção sem a troca da prótese. Se os sinais de infecção persistirem ou a infecção for do tipo crônica, a troca da prótese será necessária.
Quando necessária, como é feita a substituição da prótese?
A substituição da prótese pode ser feita de duas maneiras:
Em um único tempo, com a retirada e a colocação de uma nova prótese no mesmo ato cirúrgico;
Em dois tempos, com a retirada da prótese e colocação de um espaçador em um tempo cirúrgico, seguido de um período em uso de antibióticos e, por fim, a colocação da nova prótese em outro ato cirúrgico.