A distensão na virilha envolve a musculatura adutora do quadril, um grupo de cinco músculos localizados na face interna da coxa / virilha e que têm a função de “fecharem a perna”. Esses músculos são utilizados muito utilizados em atividades da perna ou que envolvem mudanças frequentes de direção.
No Brasil, o futebol é, sem dúvidas, a principal causa para estas lesões, respondendo por até 15% das lesões agudas. A dor crônica relacionada à tendinite dos adutores também é bastante comum no futebol e deve ser diferenciada da distensão na virilha.
Mudança de direção e chute são as principais ações que resultam em lesão dos músculos adutores. Uma análise de vídeos de lesões agudas dos adutores do quadril, em 17 jogadores profissionais de futebol masculino, mostrou que 71% delas ocorram em situações sem contato. As ações que provocaram as lesões foram: mudança de direção (35%), chute (29%), esticando-se para alcançar a bola (24%) e salto (12%).
Abordaremos aqui algumas especificidades das lesões dos adutores do quadril. Sugerimos, antes disso, a leitura do artigo sobre lesões musculares, no qual são abordados aspectos gerais de como estas lesões ocorrem, desde sua classificação até o tratamento.
O que o paciente sente após uma distensão na virilha?
O paciente com distensão muscular na virilha apresenta dor de início repentino, às vezes acompanhada pela sensação de um estalo na parte interna da coxa. Em seguida, pode haver sensibilidade à palpação (toque) no local, podem aparecer hematomas na parte interna da coxa e, às vezes, inchaço e calor no local da lesão. Pedir ao paciente que ele feche a perna reproduz dor e, geralmente, a tentativa é acompanhada de fraqueza.
Dependendo da extensão da lesão, há uma variável incapacidade de continuar as atividades. Em casos mais graves, pode haver um defeito palpável no local da lesão, embora isso seja incomum no caso dos músculos adutores.
A IMAGEM (A) DEMONSTRA A LOCALIZAÇÃO DA DOR EM PACIENTES COM LESÃO OU TENDINITE DOS ADUTORES DO QUADRIL. AS IMAGENS (B) E (C) DEMONSTRAM TESTES CLÍNICOS QUE DESENCADEIAM A DOR NESTES PACIENTES.
Diagnóstico por imagem
As radiografias são quase sempre normais e indicadas, principalmente, nos casos em que há sensibilidade no local de fixação óssea dos adutores, ou em pacientes esqueleticamente imaturos, onde as fraturas por avulsão são mais comuns.
Por sua vez, a ressonância magnética pode ajudar a avaliar a extensão da lesão e a estimar o tempo para retorno às atividades.
Tratamento da distensão na virilha
A maioria das lesões musculares adutoras responde bem ao tratamento não-cirúrgico, sendo as fraturas por avulsão óssea uma possível exceção. No momento inicial, a aplicação de gelo com intervalos de uma hora e a compressão local ajudam a controlar o sangramento e a inflamação. Muletas podem ser indicadas de acordo com a intensidade da dor.
O uso de anti-inflamatórios por não mais do que três a cinco dias também deve ser considerado. A fisioterapia deve ser iniciada assim que possível. Passada a fase aguda, o objetivo é fornecer condições para que a musculatura cicatrize ao mesmo tempo em que se minimiza a perda da força e da função da musculatura. Os exercícios são introduzidos gradualmente até o retorno esportivo pleno.
Os pacientes podem retornar ao esporte após recuperar a força e o movimento completo sem que isso desencadeie dor.
A expectativa de retorno para os esportes varia conforme a extensão da lesão:
- Lesões Grau I: 1 a 2 semanas;
- Lesões Grau II: 4 a 6 semanas;
- Lesões Grau III: 2 a 3 meses.
No entanto, se os sintomas persistirem por mais de 6 meses após um regime de fisioterapia administrado adequadamente, a cirurgia deve ser considerada. A tenotomia dos adutores tem sido sugerida como uma técnica para melhorar os sintomas.
Nesta cirurgia, o tendão é cortado e deixado para cicatrizar de forma mais frouxa do que antes, aliviando a tensão sobre o tendão e ajudando no alívio dos sintomas.
No entanto, esta é uma opção a ser tentada somente após todos os métodos não cirúrgicos falharem.
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