Ballet adulto
22 de dezembro de 2020Exercícios de ponta
22 de dezembro de 2020Ballet para homens
O homem no ballet, infelizmente, ainda é um tabu na sociedade devido ao preconceito. Esse fato faz com que o número de bailarinos homens seja muito menor do que o de mulheres, e a falta de homens no mercado faz com que as companhias busquem desesperadamente por eles, ao contrário do que ocorre com as mulheres, que comparecem sempre em grande número nas audições.
Muitos iniciam a dança tardiamente, já com vistas em uma atividade profissional, e não passam pelo longo processo de formação ao qual são submetidas a maior parte das bailarinas mulheres.
A falta de bailarinos homens faz também com que eles tenham que desempenhar diferentes funções durante a prática e repetir os mesmos exercícios com diversas parceiras, principalmente em trabalhos coletivos, sendo desta forma ainda mais sobrecarregados.
Habitualmente, espera-se do bailarino homem requisitos atléticos mais rígidos, enquanto as demandas sobre as mulheres estão mais frequentemente relacionadas com requisitos técnicos. Além disso, existem gestos técnicos típicos das mulheres (ponta, dehors forçados) ou dos homens (portées, saltos mais frequentes e intensos).
Devido a estas diferenças, as exigências corporais também são diferentes: o homem realiza muito mais esforço com o tronco e membros superiores quando comparado às mulheres. O impacto das aterrisagens de saltos também preocupa mais.
Essas exigências especificas também demandam preparo físico específico, mas o fato da presença da mulher no ballet ser muito mais marcante faz com que a rotina dos ensaios seja na maior parte das vezes direcionada para elas, deixando a preparação física focada no tronco e principalmente nos membros superiores em segundo plano.
Muitas vezes isso se resume a flexões de braços e algumas pontes durante um ensaio ou outro, por conta própria e sem orientação profissional adequada, o que muitas vezes acaba por ser um estresse muscular mais negativo do que positivo.
Por fim, professores também são menos capacitados a avaliarem erros técnicos em sustentações e levantamentos realizados pelos bailarinos, gerando sobrecarga. A avaliação do movimento com o bailarino pode, desta forma, auxiliar na correção de deficiências e desequilíbrios musculares e contribuir para o alívio de sintomas.
Idealmente, os bailarinos homens deveriam ter um momento específico para o fortalecimento dos grandes grupos musculares dos membros superiores, e deveriam desenvolver um trabalho específico para a estabilização de tronco.
Ao mesmo tempo em que é preciso colocar esta necessidade na cabeça dos coordenadores artísticos das companhias, é preciso, na falta de uma rotina específica que atenda às suas necessidades, que os bailarinos homens procurem ajuda especializada externa para suprir esta deficiência.