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A asma é uma das doenças crônicas mais comuns na infância. 8% das crianças nos Estados Unidos convivem com a doença, número que vem crescendo principalmente em decorrência do maior contato com poluentes nos grandes centros urbanos.
Embora a doença possa se desenvolver em qualquer idade, é mais comum que ela comece durante a infância, especialmente nos primeiros cinco anos de vida. Alguns casos se resolvem ao longo da infância, ao passo que outros continuarão a sofrer com o problema na idade adulta.
A asma é mais preocupante nas crianças do que em adultos, devido ao menor calibre das vias aéreas, de forma que uma inflamação mais leve pode impedir a passagem de ar.
Cerca de 80% das pessoas com asma sofrem crises quando expostas a alguma substância transportada pelo ar, como ácaros e poeira, poluição, pólen, mofo, pelos de animais, fumaça de cigarro ou partículas de insetos.
Substâncias químicas como tinta, desinfetantes e produtos de limpeza também podem desencadear a crise de asma. Quando aspirados, esses agentes podem irritar os brônquios, levando a uma crise. Infecções virais, como o resfriado comum ou a gripe e variações climáticas também podem desencadear a crise asmática.
Asma induzida pelo exercício
Cerca de 90% dos asmáticos têm crises desencadeadas pelo exercício, o que representa o segundo fator desencadeante mais comum, depois das infecções respiratórias virais. Além disso, cerca de 10% da população geral apresenta sintomas de asma apenas durante o exercício, sem ter asma subjacente.
Mesmo sendo tão comum, a asma induzida pelo exercício é ainda bastante subdiagnosticada. Falta de ar, respiração ofegante, aperto no peito ou tosse que alguns atletas experimentam durante a atividade física muitas vezes são interpretados como resposta normal do exercício e podem ser confundidos com a falta de condicionamento físico.
Os sintomas da asma induzida por exercícios geralmente começam 5 a 20 minutos após o início do exercício de longa duração, ou 5 a 10 minutos após a interrupção do exercício de curta duração.
Causa da asma induzida pelo exercício
Durante a respiração normal, o ar que inspiramos é aquecido e umedecido ao passar pelo nariz. Durante o exercício, a maior demanda por oxigênio faz com que as pessoas tendam a respirar pela boca, levando um ar mais frio e seco através das vias aéreas.
Nas pessoas com asma induzida pelo exercício, as vias aéreas são mais sensíveis a essas mudanças de temperatura e umidade e respondem a elas por meio da broncoconstrição.
Diagnóstico
O diagnóstico da asma induzida por exercício não deve ser estabelecido com base apenas nos sintomas. Falta de ar, tosse e chiado devem levantar a suspeita, mas o diagnóstico precisa ser confirmado a partir de alterações na função pulmonar em teste feito após o exercício.
Atividade física para crianças asmáticas
A maioria das crianças asmáticas são capazes de continuar a se exercitar e permanecer ativa, tomando medidas preventivas adequadas e tratando os sintomas com medicamentos para asma.
Atividades que provocam o broncoespasmo são, previsivelmente, aquelas que causam respiração rápida e prolongada, incluindo a corrida de longa distância e futebol. Esportes de inverno e outras atividades realizadas em condições climáticas extremas também deixam o asmático mais vulnerável. Por outro lado, esportes de luta, vôlei e outros que não exigem esforço respiratório prolongado e contínuo tendem a ser melhor toleradas.
Alguns cuidados na rotina de crianças com asma induzida pelo exercício devem ser adotadas para a prevenção dos episódios de bronco constrição:
- Evitar exercícios em dias com clima muito frio e seco;
- Evitar exercícios em dias com altos níveis de poluição ambiental;
- Considerar o uso de máscaras, caso se exercite em dias com condições climáticas adversas ou com poluição elevada;
- Não se exercitar em caso de suspeita de infecções respiratórias, como o resfriado comum ou sinusite;
- Realizar um aquecimento adequado antes dos exercícios e um resfriamento após a atividade;
- Dar preferência para esportes que não envolvam esforço respiratório intenso de forma prolongada e contínua.
Tratamento medicamentoso
Crianças com asma induzida por exercícios devem sempre manter um inalador de resgate consigo, mesmo durante o exercício, no caso de ocorrer uma crise de asma. Especialmente no caso de crianças, é recomendável que professores ou outros adultos tenham consciência do problema e o que fazer no caso de uma crise de broncoespasmo.
As medicações usadas para isso são os beta 2 agonistas de ação rápida, incluindo ( ]0 ou o Brometo de Ipatrópio (Atrovent).
Os beta 2 agonistas de resgate, como os listados acima, não devem ser usados regularmente, uma vez que podem provocar tolerância. Caso você ou seu filho esteja fazendo uso diário deles, outras medidas para o controle da asma devem ser adotadas.
O primeiro passo para prevenir o broncoespasmo induzido por exercícios é o controle regular da asma, independentemente da prática de atividade física. A primeira opção, nestes casos, é o uso regular de corticóides inalatórios (Budesonida, Fluticasona) ou os antagonistas dos receptores de leucotrieno (Montelucaste).
Asma e doping
Eventualmente, o paciente asmático toma gosto pelo esporte e passa a competir em alto nível e até mesmo em nível olímpico – diversos medalhistas olímpicos têm o diagnóstico de asma induzida pelo exercício. Neste caso, é preciso cuidado com o uso de medicamentos, uma vez que diversas drogas usadas no tratamento da asma fazem parte da lista de substâncias proibidas da WADA (World Antidoping Agency).
Todos os beta-2-agonistas são proibidos, exceto o salbutamol (curta duração), o salmeterol e o formoterol (longa duração), quando usados em doses terapêuticas. O uso de corticoides inalatórios e os inibidores de receptor de leucotrieno são liberados para uso.
As drogas permitidas são suficientes como arsenal terapêutico para a maior parte dos pacientes com asma induzida por exercício. Atletas que eventualmente não respondam a estas medicações devem solicitar uma autorização para uso terapêutico (TUE) liberando o uso de substâncias proibidas, mas para isso é preciso enviar a documentação comprobatória de que ele não responde às medicações permitidas.
A autorização deve ser feita antes do uso, exceto em situações de emergências médicas, quando poderá ser concedida uma autorização retroativa.