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A artrose é uma doença bastante prevalente entre os idosos, caracterizada pelo desgaste da cartilagem articular. Frequentemente recebemos no consultório pacientes desolados após passarem em consulta médica e receberem a notícia de que teriam que parar de correr ou jogar futebol em decorrência do diagnóstico de artrose no joelho ou quadril.
De fato, enquanto alguns pacientes com artrose relativamente leve apresentam limitação significativa até mesmo para atividades do dia a dia, outros com desgaste bem mais avançado são capazes de manter uma rotina ativa e com dor pouco limitante. Discutimos mais a respeito disso em um artigo específico sobre a artrose no joelho.
Além de uma resposta individual à doença, é preciso entender que existem muitos fatores que contribuem para a dor no paciente com artrose. Obesidade, perda de musculatura, posturas viciosas, limitações na mobilidade articular, fadiga, sono não reparador e distúrbios psicossociais são apenas alguns deles.
Nenhum tratamento disponível atualmente é capaz de levar à regressão de uma artrose já estabelecida, mas o tratamento dos fatores descritos acima pode levar a uma melhora significativa tanto da dor como da capacidade para a realização de atividades, incluindo o exercício físico.
O paciente com artrose deve se manter tão ativo quanto sua condição física permitir, sempre respeitando o limiar da dor. Exercícios de baixo impacto são menos agressivos para as articulações e tendem a ser uma melhor opção no paciente com dor articular decorrente da artrose. A medida em que a dor está mais controlada, exercícios com maior esforço articular vão sendo gradativamente liberados.
Alguns pacientes evoluem a ponto de realizar esportes como a corrida ou futebol com relativo conforto e, nestes casos, devem ser estimulados a manterem esta rotina. Uma dor bem controlada indica que a atividade física não está sendo agressiva para a articulação e, portanto, não levará à piora do desgaste.
Por outro lado, quando a dor é muito limitante, exercícios supervisionados por um fisioterapeuta podem ser uma opção. Fortalecer a musculatura em um paciente com dor nem sempre é uma tarefa simples e o fisioterapeuta saberá usar o estímulo adequado, dentro de certos ângulos de proteção e com estímulos progressivos para conseguir o resultado almejado. Alguns aparelhos específicos da fisioterapia, incluindo a eletroterapia, podem ser usados para isso.
Nas dores de longa duração, os resultados não são imediatos. Ajustar as expectativas com o paciente colocando objetivos a curto, médio e longo prazo é fundamental para evitar o abandono precoce das atividades físicas.
Quando nada disso é suficiente, é importante considerar a possibilidade de cirurgia de Prótese de joelho. Na maior parte dos idosos, os potenciais benefícios de se manter ativo superam em muito os eventuais riscos associados à prótese. De fato, esta não deve ser a primeira opção de tratamento, mas, quando se esgotam os recursos terapêuticos não cirúrgico, a cirurgia tende a ser uma melhor opção do que passar o dia em frente da televisão.