Relação da técnica esportiva com lesões no tênis
8 de fevereiro de 2021Relação da raquete com lesões no tênis
8 de fevereiro de 2021O treinamento físico no tênis é importante para a melhora da performance e, também, para a prevenção de lesões. Ele deve ser pensado individualmente a partir de fatores como idade, nível técnico, calendário de competições e histórico de lesões.
O tênis profissional envolve grande quantidade de competições e, dentro de cada competição, um número grande de partidas com pouco intervalo para recuperação. As competições são muitas vezes feitas em locais distantes, com vôos longos e mudanças de fuso horário. O tempo disponível para treinamento tende a ser limitado e direcionado para exercícios específicos do tênis e para a correção de deficiências pontuais.
Nenhum atleta é capaz de manter a alta performance treinando continuamente desta maneira. Assim, o planejamento de competições precisa ser cuidadosamente discutido e deve incluir períodos de férias para a recuperação e um período de pré-temporada, focado mais na preparação física geral.
Tenistas de menor nível competitivo costumam apresentar deficiências físicas mais significativas, incluindo fraqueza de grupos musculares específicos, limitações na mobilidade ou sobrepeso. Estes atletas precisam de mais tempo de treinamento fora da quadra para o condicionamento físico, mais tempo em quadra para o treinamento técnico e menor volume de treino voltado para a competição. Quanto menos experiente o tenista, menor deve ser o número de competições ao longo da temporada.
O histórico de dores ou lesões deve ser considerado. Algumas das lesões mais comuns no tênis, incluindo lesões musculares, lesões no ombro, dor nas costas ou lesão do Ligamento Cruzado Anterior são mais recorrentes em atletas que já tiveram o problema anteriormente. O risco para cada uma destas lesões pode ser significativamente reduzido por meio de exercícios preventivos.
Por fim, é importante considerar as características de jogo de cada atleta. Alguns jogadores tendem a ficar mais no fundo da quadra, outros tendem a subir mais na rede. Alguns são mais conservadores, outros mais agressivos. No jogo, isso dependerá também das características do adversário. O estilo de jogo de cada atleta tem exigências físicas específicas que precisam ser consideradas.
Quando se fala em alto rendimento, é importante que o preparador físico esteja em contato próximo com o treinador. Bons treinadores são capazes de identificar pontos específicos que precisam ser melhorados e isso deve ser passado para o treinador físico para que este trabalhe melhor as necessidades individuais de cada atleta.
No caso de dores e lesões, vale o mesmo pensamento. Muitas das lesões no tênis estão associadas à sobrecarga gerada pelo tênis ou a deficiências de força e mobilidade em articulações específicas. O médico do esporte que avalia e trata estas lesões precisa ter boa comunicação com o treinador, fisioterapeuta ou preparador físico, já que o sucesso do tratamento depende da correção dos fatores que estão contribuindo para o problema.
Assimetria no tênis
O tênis é um esporte intrinsecamente assimétrico: o atleta segura a raquete sempre com a mesma mão, saca sempre com a mesma mão e gira o corpo predominantemente para o mesmo lado. Exercitar os dois lados do corpo de forma diferente leva a desbalanços musculares previsíveis.
Estudo com tenistas universitários mostra que a força de preensão na mão dominante é 18% a 25% maior do que na mão não dominante. Esta é uma adaptação que pode ser considerada positiva, uma vez que permite ao tenista desempenhar melhor a sua atividade e não envolve maior risco para lesões.
A assimetria de tronco, por outro lado, faz com que a coluna seja tracionada com mais força para um lado do que para o outro. Isso leva a sobrecarga da musculatura mais fraca e pode ser causa de dores e lesões.
Da mesma forma, desequilíbrios nos membros inferiores são comuns e estão associadas a risco aumentado de lesão muscular ou lesão do Ligamento Cruzado Anterior do joelho, de forma que devem ser corrigidos por meio de exercícios nos quais ambos os membros trabalham de forma uniforme.