S8 – Canabinóides
24 de março de 2021Testes fora de competição
24 de março de 2021S9 – Glicocorticóides
Os glicocorticoides, também conhecidos como corticosteroides ou cortisona, são remédios sintéticos produzidos em laboratório e que possuem uma potente ação anti-inflamatória. São muito usados no tratamento de problemas inflamatórios crônicos como asma, alergias, artrite reumatoide, artrose e problemas dermatológicos.
A depender do problema que está sendo tratado, pode ser usado na forma de pomada, comprimidos, injeção intra-muscular, injeção intra-articular, por inalação, spray nasais, colírios e solução para ouvido.
No meio esportivo, foi por muito tempo utilizado de forma abusiva com o intuito de aliviar dores provenientes de problemas nas articulações, especialmente nos joelhos, devido à sua capacidade de alívio rápido dos sintomas, colocando o atleta em condições de competir. Hoje são muito mais conhecidos os efeitos colaterais deste uso quase que contínuo. Eles ainda são usados, mas de forma mais pontual em momentos de agudização das queixas.
Insuficiência adrenal, imunodeficiência, osteoporose, perda de massa muscular, rompimento de tendões, necrose avascular da cabeça femoral, vários eletrólitos, desequilíbrios metabólicos, glaucoma e catarata são alguns dos possíveis efeitos colaterais associados ao uso crônico de corticoides.
Corticoide e doping
Os efeitos ergogênicos dos glicocorticoides são limitados. Algum benefício pode estar associado aos seus efeitos sobre o metabolismo e sua ação anti-inflamatória, mas o principal motivo par o abuso destas substâncias é a melhora sintomática de dores musculoesqueléticas.
Os glicocorticoides são proibidos em competição quando administrados por vias ‘sistêmicas’ (oral, retal, intramuscular ou intravenosa). A administração por todas as outras vias (incluindo injeções intra-articulares ou periarticulares) é considerada como administração local e não é proibida em competição. A administração fora de competição é sempre permitida, independentemente de qual a via de administração.
Ainda que a administração sistêmica seja permitida fora de competição, é preciso que o corpo esteja limpo da substância no período de competição. A farmacocinética destas drogas é bastante variável a depender de uma série de fatores que são difíceis de controlar. Assim, não existe uma certeza de quanto tempo antes da competição os corticoides devem ser interrompidos.
No caso da administração intra-articular do corticoide, é comum que ocorra algum extravasamento da substância e que parte da droga seja absorvida, dando origem a níveis sistêmicos além do que é permitido.
Estatísticas
Segundo relatório da WADA, em 2019 230 atletas testaram positivo para glicocorticoides, o que representa 6% do total de casos de doping. As substâncias mais comumente observadas estão listadas na tabela abaixo.
Classe S9 – glucocorticoides
Substância | classe | Eventos analíticos adversos |
Predinisolona | S9 | 60 |
Prednisona | S9 | 57 |
Triancinolona | S9 | 44 |
Betametasona | S9 | 23 |
Metilprednisolona | S9 | 20 |
Dexametasona | S9 | 11 |