A reconstrução do Ligamento Patelofemoral Medial é o procedimento mais realizado para o tratamento da Luxação da Patela. Este ligamento é o principal estabilizador da patela, impedindo que ela se desloque lateralmente. Ainda que ele tenha capacidade de se cicatrizar após um episódio de luxação, podemos dizer que pacientes com luxação recidivante da patela já apresentam o ligamento incompetente e só irão se recuperar por meio da cirurgia.
Técnica cirúrgica
- O primeiro passo é a obtenção de um enxerto que substituirá o Ligamento Patelofemoral Medial. Ainda que existam outras fontes disponíveis, o tendão do semitendineo ou gracil, localizados na face interna do joelho, são os mais utilizados;
- Duas outras incisões são realizadas uma no ponto onde o ligamento se prende na patela e outro onde o ligamento se prende no fêmur;
Os locais de fixação do ligamento são preparados para receber o enxerto, a depender do método de fixação escolhido. No fêmur, habitualmente isso é feito com um furo no osso onde o enxerto será fixado; - O enxerto é fixado na patela. O método mais comumente utilizado é com a colocação de duas âncoras ósseas;
- O enxerto é passado por baixo da pele até a outra incisão, no local em que se prende no fêmur;
- O enxerto é fixado no fêmur.
Os dois pontos mais sensíveis do procedimento e que irão influenciar diretamente no resultado é a escolha correta dos pontos de fixação do enxerto e a fixação com a tensão adequada. Esta tensão não deve ser nem insuficiente e nem excessiva. Quando insuficiente, o ligamento será incapaz de “segurar” a patela; quando excessiva, o movimento normal da patela será prejudicado e o paciente tende a evoluir com dor e limitação da mobilidade do joelho.
Cuidados pós-operatórios
Após a cirurgia o apoio no membro operado é permitido desde o primeiro dia com muletas e uma tala removível em extensão. A fisioterapia é iniciada imediatamente, para a mobilização passiva do joelho, que não deve ultrapassar os 90 graus durante as três primeiras semanas de recuperação. Apesar de os pacientes sentirem-se muito bem para as atividades do dia a dia com três ou quatro meses de cirurgia, o retorno ao esporte não é autorizado antes de pelo menos seis meses após o procedimento.