Facetária
22 de dezembro de 2020Falha do neoligamento – Cirurgia de revisão para a Lesão do Ligamento Cruzado Anterior
28 de dezembro de 2020Esportes de ultrarresistência como as maratonas, ultramaratonas, triathlon, maratonas aquáticas, corridas de aventura e voltas ciclísticas têm conquistado mais destaque na mídia e atraído maior número de praticantes.
São competições nas quais o corpo é levado ao limite, não apenas na competição como nos treinamentos, tornando o risco de lesões uma constante. A prevenção de lesões deve considerar alguns fatores específicos que diferem esses atletas dos demais, principalmente a recuperação entre treinos, a progressão dos treinos e a organização do calendário de treinos e competições.
Recuperação entre treinos
Durante um treino (corrida, musculação ou qualquer outro esporte), o corpo sofre um desgaste, ou seja, fica mais fraco do que no início da atividade. No intervalo entre dois treinamentos, o organismo deve se recuperar e, gradativamente, ficará mais forte, resistente e preparado do que antes.
Nas provas de ultra-resistência, os treinos são bastante longos e desgastantes, e propiciar uma boa estratégia de recuperação entre treinos é o que diferencia a vitória do fracasso. Diversos métodos de recuperação foram desenvolvidos e são utilizado por estes atletas, muitas vezes de forma empírica e sem comprovação de eficácia. Estudos demonstram que existem três fatores que são de fato importantes para a recuperação entre treinos: a alimentação, a hidratação e a rotina de sono.
Para saber mais, sugiro que leia nossa página sobre recuperação pós treino.
Alimentação
A alimentação é importante não apenas para a recuperação pós treino, mas também para suprir a demanda energética durante os treinos prolongados. A estratégia alimentar antes, durante e após os treinos é fundamental tanto para a prevenção de lesões como para a melhora na performance destes atletas.
O corredor deve fazer todo o esforço possível para suprir suas demandas através de um planejamento alimentar saudável e bem distribuído ao longo do dia. Em alguns casos, a suplementação alimentar poderá ser indicada, mas sempre como um suplemento, e não como um substituto da alimentação regular. A hidratação é também determinante para a performance e deve ser pensada juntamente com a estratégia alimentar.
Discutimos mais sobre isso nos artigos sobre a alimentação do atleta competitivo e sobre hidratação do atleta.
Progressão dos treinos
O corpo precisa de tempo para se adaptar à prática de corrida de rua, e é importante que o aumento na carga de treino também seja progressivo. Muitos corredores mal se iniciam na modalidade e se inscrevem para correr uma maratona, sem o mínimo de preparo para isso e se expondo a um risco desnecessário de lesões.
Ao iniciar no esporte, o corredor deverá idealmente passar pelas menores distâncias, como as provas de 5k, e a medida em que se estiver bem adaptado ir progredindo sucessivamente para provas de 10k, 15k, meia maratona para, por fim, chegar à maratona.
Podemos dizer que um corredor está bem adaptado para uma distância quando completar ao menos três provas na distância com tempos relativamente parecidos e sem queixas significativas de dores. Isso pode ser um processo rápido ou bastante lento, a depender do condicionamento físico individual.
Calendário de treinos e provas
Nenhum atleta é capaz de manter um ritmo de treinamento na intensidade e volume necessários para competir nestas provas de forma indefinida. Idealmente, o corredor deve escolher uma ou duas provas principais no ano, e treinar para atingir o pico de desempenho o mais próximo possível destas corridas. Outras provas podem ser incluídas no calendário, desde que encaradas como um treinamento.
Tentar alongar demais um período de “carga máxima” irá desencadear sobrecarga, piora no desempenho e maior risco de lesões. Principalmente para os atletas envolvidos nestas modalidades, o acompanhamento e a prescrição de treinos por um profissional especializado são medidas de extrema importância.