Infiltração com ácido hialurônico
12 de novembro de 2020Biomembrana
12 de novembro de 2020A microfratura, assim como outros procedimentos para o reparo da cartilagem articular, é indicado para lesões profundas e com uma cartilagem circundante boa e saudável. Os resultados são melhores em lesões com até 2cm2, sendo esta a indicação principal para a microfratura. Além disso, a cirurgia apresenta melhor resultado em pacientes mais jovens e com bom alinhamento dos membros inferiores.
Neste procedimento, o osso exposto pela falta da cartilagem é submetido a uma série de perfurações que têm por objetivo permitir a migração de sangue contendo células de crescimento. Este sangue forma um coágulo que, sob condições ideais, recobre a área de lesão e gradativamente se transforma em uma cartilagem de reparo.
Uma das preocupações com a microfratura é que a cartilagem formada apresenta características diferentes daquelas da cartilagem articular normal. Existem muitos tipos de cartilagem, sendo que uma delas (cartilagem hialina) é normalmente encontrada na superfície das articulações. A microfratura estimula o crescimento de outro tipo de cartilagem comumente encontrada no tecido cicatricial, chamada de fibrocartilagem.
A fibrocartilagem não tem a mesma força e resiliência da cartilagem hialina. Portanto, há tendência de que esta nova cartilagem se deteriore com o tempo. Estudos mostram que a microfratura feita em lesões com até 2cm2 tendem a manter o resultado no longo prazo, enquanto lesões maiores até apresentam bom resultado inicial, mas este resultado tende a piorar após aproximadamente 2 ou 3 anos da cirurgia.
BOM CANDIDATO PARA MICROFRATURA | MAU CANDITATO PARA MICROFRATURA |
Lesão profunda na cartilagem, mas com tamanho de até 2cm2 | Lesões maiores de 2cm2 |
Lesão bem delimitada, com cartilagem de boa qualidade ao redor | Dor em várias articulações ou que piora com o repouso |
Tem dor e inchaço devido a danos na cartilagem | Destruição generalizada da cartilagem, ou seja, toda a cartilagem está comprometida |
Fisicamente ativo, mas não pode praticar esportes por causa da lesão no joelho | Artrite inflamatória (como a artrite reumatóide) |
Dor que piora com o esforço e melhora no repouso | Idade acima de 50 anos |
Bom alinhamento do joelho | Desalinhamento do joelho |
Condições de seguir o protocolo de reabilitação pós operatória indicado | Não está disposto a passar por um processo prolongado de reabilitação |
Pós operatório
O programa de reabilitação pós-operatória é fundamental para otimizar o resultado final da cirurgia. O coágulo formado pela microfratura precisa ser protegido no período inicial da recuperação.
Caso as atividades sejam iniciadas de forma precoce, o coágulo formado pode se soltar do leito da lesão ou pode cicatrizar com fibrocartilagem de pior qualidade. Se a nova cartilagem tiver um estado mais amolecido, mesmo que cubra a extremidade do osso, ela pode não ser funcional e os pacientes podem ter uma recorrência da dor.
Após a microfratura, o paciente é mantido com muletas e sem o apoio do peso do corpo sobre o joelho operado nas primeiras 6 semanas. Neste período, a mobilização do joelho sem o apoio do peso e supervisionado pelo fisioterapeuta deve ser estimulado, para manter a mobilidade do joelho e a função muscular.
Dependendo da localização da microfratura e do tamanho do defeito, pode levar de 4 a 7 meses para que a nova cartilagem adquira qualidade suficiente para ser capaz de suportar atividades físicas de maior impacto.