Lesões no Futebol

Lesões no Futebol

Lesões traumáticas

As lesões traumáticas no futebol impactam tanto no desempenho dos atletas individualmente como no desempenho dos clubes, uma vez que as “perdas” para o departamento médico são comuns e influenciam no planejamento técnico das equipes.

Discutimos aqui algumas das lesões traumáticas que mais impactam na rotina do jogador de futebol:

  • As lesões musculares são responsáveis pelo maior número de afastamento de atletas. Algumas se resolvem rapidamente, mas outras podem exigir até 3 meses de recuperação. Além disso, alguns atletas sofrem com lesões musculares repetitivas;
  • A Lesão do Ligamento Cruzado Anterior é a principal lesão de indicação cirúrgica para o jogador de futebol, sendo este o grande temor dos clubes e atletas;
  • A lesão do Ligamento Colateral Medial é ainda mais comum do que a lesão do Ligamento Cruzado Anterior, ainda que usualmente possa ser tratada sem cirurgia;
  • A Entorse do tornozelo pode exigir afastamento prolongado, ainda que na maior parte das vezes sejam tratadas de forma não cirúrgica.
  • Concussão cerebral é uma lesão grave decorrente de trauma da cabeça contra o adversário, contra a bola ou contra a trave. Seu pronto reconhecimento é fundamental e exige a retirada imediata do atleta de campo.

MODAIS: Distensão muscular Lesão do Ligamento Cruzado Anterior Lesão do Ligamento colateral Medial Lesão do menisco no futebol Entorse do tornozelo Concussão Cerebral

Lesões por esforços repetitivos

O futebol envolve movimentos repetitivos de salto, acelerações e desacelerações, gerando sobrecarga em diversas articulações. Além disso, o curto intervalo entre treinos e jogos faz com que a recuperação muitas vezes seja incompleta, deixando os atletas mais vulneráveis para lesões por esforço repetitivo.

Condicionamento físico insuficiente para o nível de treino e competição do atleta, qualidade ruim do gramado e má técnica esportiva são alguns dos fatores que podem estar associado às lesões por esforço repetitivo.

  • A condromalácia patelar e tendinite patelar são causas comuns de dor na frente do joelho e de incapacidade em jogadores de futebol;
  • A tendinite de Aquiles é a principal causa de dor no tornozelo no futebol;
  • A pubalgia se caracteriza pela presença de dor na região baixa do abdômen, púbis ou virilha. Aproximadamente 20% das dores no futebol são diagnosticadas como pubalgia. A principal causa para o problema no futebol é o desequilíbrio entre a musculatura abdominal e os adutores do quadril. A dor no momento do chute é bastante característico da pubalgia.
  • A cãibra induzida por exercícios se caracteriza ´por uma contração muscular involuntária decorrente de uma disfunção neuromuscular. A principal causa para isso são os desequilíbrios hidroeletrolíticos que ocorrem em função da perda de água e sódio pelo suor. Ela é uma das principais causas para atendimento a jogadores durante uma partida, ocorrendo predominantemente no final dos jogos. Jogos em condições extremas de calor e umidade deixam os atletas mais vulneráveis para a cãibra.

Dor muscular pós treino

O desconforto muscular após uma atividade física intensa é esperado e até desejável. Ela geralmente se inicia dentro de 6 a 8 horas após o exercício e atinge sua intensidade máxima entre 24 a 48 horas após a atividade.

O excesso de exercícios, por outro lado, pode provocar um dano muscular e inflamação além do desejável. A inflamação em excesso leva a um aumento na liberação de radicais livres que, por sua vez, pode provocar um dano muscular secundário além do que é naturalmente produzido pelo exercício. Neste ponto, a atividade se torna prejudicial, levando a uma piora do condicionamento físico, do desempenho esportivo e deixando o atleta mais vulnerável para lesões.

O futebol é um esporte que envolve movimentos frequentes em intensidade máxima, com duração relativamente longa e com grande exigência do ponto de vista muscular, o que torna os atletas bastante vulneráveis para a dor muscular pós treino.

Para saber mais, sugiro a leitura do nosso artigo sobre dor muscular pós-treino.

Recuperação pós-treino

O excesso de jogos e competições é uma realidade incontestável do futebol brasileiro. As principais equipes muitas vezes se vêm frente à necessidade de polpar jogadores em uma partida para preservá-los para jogos mais importantes.

O curto intervalo de tempo entre as partidas faz com que muitas vezes a recuperação seja incompleta, o que leva a uma queda no desempenho esportivo e a um maior risco de lesões. A adoção de medidas de recuperação pós treino se torna assim um dos fatores mais importantes relacionados aos departamentos médicos das equipes de futebol. Discutimos mais sobre isso em um artigo específico sobre a recuperação pós-treino.

Futebol feminino

O que foi discutido até aqui seja válido tanto para o futebol masculino como para o feminino, mas, ao se avaliar uma jogadora, devemos levar em consideração alguns outros aspectos próprios da mulher. O risco de lesões é diferente, tanto em decorrência das características intrínsecas do corpo feminino como das diferenças nas características do jogo e da estrutura oferecida para as mulheres em comparação aos homens.

O rompimento do Ligamento Cruzado Anterior é a lesão cirúrgica mais comum no futebol. Estudos mostram que a lesão é até 8 vezes mais comum entre as mulheres, considerando o mesmo nível de competição. Outras lesões também se comportam de forma bastante diversa entre homens e mulheres.

A deficiência energética no esporte pode acontecer entre homens e mulheres, mas é muito mais comum entre as mulheres. Fratura por estresse é uma das lesões associados a esta deficiência energética.

Características anatômicas, diferenças na mecânica dos movimentos, controle neuromuscular e fatores hormonais são todos fatores associados ao maior risco de lesões entre as mulheres. Além disso, existem diversos fatores envolvidos com a estrutura do futebol feminino e que influenciam diretamente no risco de lesões, incluindo:

  • Menor suporte médico e de fisioterapia, tanto do ponto de vista preventivo como curativo. Lesões musculares, lesões do Ligamento Cruzado Anterior e entorses graves no tornozelo estão entre as mais frequentes e de maior gravidade no futebol e podem ser reduzidas significativamente por meio de exercícios preventivos.
  • Piores condições de campo para treino e jogo no futebol feminino. campos duros e esburacados envolvem maior risco de torções do joelho e as consequentes lesões ligamentares.
  • Menor número de jogadoras nos elencos, que faz com que jogadoras sejam colocadas para jogar mesmo sem estar em plenas condições físicas.
  • Calendário menos organizado: muitas equipes não possuem atividades ao longo de um ano completo, e as trocas de clubes ao longo da temporada são frequentes.
  • Até mesmo jogadoras em nível de seleção eventualmente passam parte da temporada sem clube. Isso faz com que muitas vezes as atletas cheguem aos eventos principais em condições físicas abaixo do ideal, aumentando o risco de lesões.

Prevenção de lesões no futebol

O futebol é, certamente, o esporte em que as lesões são melhor estudadas. Diversos programas de prevenção são amplamente difundidos, sendo o mais conhecido deles o FIFA 11+, desenvolvido pela entidade máxima do futebol. O programa consiste em uma série de exercícios que buscam corrigir os desequilíbrios e fraquezas musculares mais envolvidos com as lesões em jogadores de futebol.

Estudos comprovam a eficácia do programa na prevenção de lesões graves como a do Ligamento Cruzado Anterior ou as lesões musculares. A grande vantagem do FIFA 11+ é a acessibilidade, uma vez que pode ser feito pelo treinador ou até mesmo pelo próprio atleta sem a necessidade de testes ou exames específicos e sem a necessidade de profissionais especializados.

Ainda assim, ele possui algumas limitações:

Ainda que haja um padrão comum ao esporte, os atletas são diferentes. Não necessariamente os desequilíbrios e fraquezas abordados pelo programa estarão presentes em cada atleta individualmente;

A prevenção de lesões no futebol envolve, de fato, muito mais do que uma série de exercícios para a correção de eventuais fraquezas.

Sempre que possível, portanto, o programa de prevenção deve ser planejado de forma individualizada, buscando corrigir todos os fatores de risco identificados em uma avaliação também individualizada.

Tanto os fatores de risco mais comumente envolvidos com as lesões no futebol como as eventuais medidas de prevenção de lesões são discutidas no artigo sobre a Prevenção de lesões no futebol.

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