Incontinência urinária no atleta

Incontinência urinária no atleta

A incontinência urinária caracteriza-se pelo vazamento involuntário de pequenas quantidades de urina durante atividades como rir, espirrar ou tossir. Atletas, especialmente as mulheres atletas, são mais vulneráveis a isso, devido ao aumento na pressão abdominal em muitos dos exercícios. A isso se denomina de incontinência urinária do atleta.

Estima-se que aproximadamente 50% das mulheres atletas desenvolvam incontinência, número três vezes maior do que na população não atleta. Esses números são ainda mais altos em esportes que envolvam pressão excessiva na região pélvica, como a ginástica ou o levantamento de peso, onde 60 a 80% das atletas relatam o problema.

Discutir a incontinência urinária é um assunto embaraçoso para muitas atletas. Como não conversam sobre a isso com suas colegas de time ou mesmo com a equipe médica do clube, não têm a noção do quão frequente ela é e de que provavelmente algumas ou muitas de suas parceiras também sofrem com o mesmo problema.

A incontinência urinária, desta forma, acaba sendo subnotificada, subdiagnosticada e subtratada. Ainda assim, ela pode ser incomoda o suficiente para que muitas mulheres deixem de se exercitar ou de praticar o esporte que tanto gostam.

Qual é a causa da incontinência urinária na atleta?

A incontinência urinária na atleta está associada à combinação de um assoalho pélvico disfuncional com uma maior exigência desta musculatura durante a prática esportiva, principalmente em esportes que exigem vigorosas contrações da musculatura pélvica e abdominal.

A disfunção do assoalho pélvico se caracteriza pela incapacidade desta musculatura em contrair rápido ou forte o suficiente para segurar a urina. Gravidez e parto é uma das principais causas para isso, uma vez que levam à distensão da musculatura pélvica. No entanto, estudos mostraram que uma em cada quatro atleta em idade escolar também apresenta incontinência urinária de esforço, sem nunca ter estado grávida.

Tratamento

Na maior parte das vezes, a incontinência é tratada por meio de exercícios com o objetivo de melhorar a força e a função do assoalho pélvico. A primeira pessoa a difundir a importância de se trabalhar esta musculatura foi o ginecologista norte americano Arnold Kegel, em 1948, com o que ficou conhecido como exercícios de Kegel.

Ainda hoje estes exercícios são frequentemente indicados, com modificações e adaptações feitas de acordo com as necessidades individuais. Os exercícios de Kegel são prescritos de forma preventiva para as gestantes, de forma a se evitar a incontinência urinária no pós parto. Isso tem uma importância ainda maior no caso da gravidez em atletas, que apresentam maior risco para a incontinência no pós parto.

Além dos exercícios, existem medicamentos, injeções e procedimentos cirúrgicos que podem ser indicados, se necessário.

Vale considerar aqui que disfunção do assoalho pélvico também pode provocar incontinência fecal e dor durante as relações sexuais. Os exercícios, além de melhorarem a incontinência, também ajudam na melhora destes problemas.

 

 

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