Fraturas da espinha tibial

Fraturas da espinha tibial

As fraturas por avulsão da espinha tibial são também chamadas de fraturas da eminência tibial ou fraturas por avulsão do Ligamento Cruzado Anterior. Acometem tanto a população pediátrica quanto a adulta, ainda que sejam muito mais frequentes nas crianças.
A espinha tibial é o local onde se prende o Ligamento Cruzado Anterior. Nestes pacientes, ao invés de o ligamento se romper, ele arranca um fragmento do osso onde está preso.

A maior frequência destas fraturas em crianças se justifica pela maior fragilidade do osso nesta idade:

  • Nas crianças, a placa de crescimento ósseo, também chamada de fise de crescimento, faz com que o osso seja mais frágil do que o ligamento em sí. Assim sendo, a tendência é que, antes de o ligamento se romper, ele arranque um fragmento da espinha tibial.
  • Nos adultos, o osso é mais forte do que o ligamento, o que favorece o rompimento do ligamento.

Diagnóstico

Clinicamente, o paciente apresenta dor e derrame articular (joelho inchado) com graus variados de incapacidade funcional. O joelho pode estar bloqueado, sem que o paciente consiga esticá-lo totalmente.

As radiografias ajudam na confirmação do diagnóstico, ainda que a tomografia possa ser solicitada para avaliação da posição e do tamanho do fragmento da fratura. O reconhecimento precoce é importante, uma vez que, quanto mais precoce o osso e o ligamento forem colocados no lugar, melhor será o prognóstico.

Classificação

A classificação destas fraturas é fundamental para que se determine o grau de desvio do fragmento fraturado e, assim, se escolha o melhor tratamento. A classificação mais utilizada foi descrita pelos cirurgiões Mayer e Mc Keevers:

  • A fratura do tipo I é uma fratura não deslocada da eminência tibial;
  • A fratura do tipo II é uma fratura parcialmente deslocada, na qual a parte da frente do fragmento avulsionado roda superiormente ao leito ósseo e dá uma aparência de bico nas radiografias laterais.
  • A fratura do tipo III é uma fratura completamente deslocada e não há contato de fragmento avulsionado com o leito ósseo.

Tratamento

O tratamento da fratura por avulsão da espinha tibial busca, principalmente, a consolidação do osso no mesmo lugar de origem. Em alguns casos isso pode ser obtido sem cirurgia; em outros, a cirurgia pode se fazer necessária.

No caso de fraturas instáveis, nas quais ela volta a se deslocar facilmente, pode-se indicar a fixação cirúrgica para permitir ao paciente a realização de exercícios precoces para a recuperação do movimento; isso é importante, entre outras coisas, para se evitar a rigidez articular.

Assim sendo, como regra geral, o tratamento segue a seguinte orientação:

  • As fraturas do tipo I são tratadas com imobilização de perna por um período de 4 a 6 semanas, seguidas de uma reabilitação agressiva para evitar a rigidez do joelho.
  • Nas fraturas tipo II, busca-se recolocar o fragmento deslocado no lugar original, o que pode ser feito por meio da extensão do joelho. Se uma redução aceitável for alcançada, o tratamento não cirúrgico deve ter continuidade. Estas fraturas devem ser acompanhadas de perto, devido ao risco de que o fragmento volte a se deslocar.

    Eventualmente, porém, a interposição de outros tecidos no leito da fratura pode impedir o adequado reposicionamento do fragmento. Nestes casos, deve-se optar pelo tratamento cirúrgico.
  • As fraturas tipo III devem ter indicação cirúrgica

    Diferentes técnicas cirúrgicas foram descritas para o tratamento, envolvendo a fixação com fios ou parafusos. A cirurgia pode ser feita de forma aberta ou por vídeo (artroscopia). A indicação deve ser avaliada caso a caso e depende, entre outras coisas, do tamanho do fragmento.
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