Dor na virilha em ciclistas

Dor na virilha em ciclistas

Médico ortopedista especialista em joelho e médico do esporte

Dor na virilha em ciclistas

A dor na região da virilha é uma queixa frequente entre ciclistas, e existem diversas causas para elas. Ainda que seja comum tanto entre ciclistas homens como em mulheres, as mulheres são mais acometidas. Muitas ciclistas não se sentem confortáveis em compartilhar suas angústias, e simplesmente não tocam no assunto. Isso leva muitas mulheres ciclistas a acharem que só elas apresentam este tipo de queixa.

Discutiremos aqui as principais causas para dor na região da virilha.

1. Dormência

Segundo um estudo realizado pelo Journalof Sexual Medicine entre ciclistas profissionais, 62% declararam dormência na virilha, formigamentos ou dores nos últimos 30 dias antes da pesquisa. A principal causa para isso é a compressão do nervo pelo selim, o que pode estar relacionado a um selim inadequado ou a um ajuste ruim da bike.

Para os ciclistas que sentem dormência na virilha, é recomendável que se teste diferentes tipos de selim e que se faça um bike-fit profissional. Ao pedalar, o peso deve ser apoiado nos ossos isquiotibiais (ossos da bacia em que nos apoiamos ao sentar), e nunca sobre os tecidos moles. Quando o ciclista tem que esticar excessivamente o corpo, o apoio no banco será ruim.

Para evitar isso, é preciso ajustar não apenas o banco, mas também ter uma bicicleta de tamanho adequado e um bom alcance do guidão.

2. Vaginite

A vaginite se caracteriza por uma inflamação na região da vagina. Infecções vaginais, como a candidíase, é um problema bastante comum entre mulheres, ciclistas ou não. As ciclistas, porém, apresentam um risco adicional: elas passam muitas horas pedalando e suando em roupas justas. O calor e a umidade facilitam a proliferação dos fungos.

A paciente com vaginite apresenta corrimento fora do normal, mudanças no cheiro, coceiras e ardor, principalmente ao fazer xixi. Para evitar a vaginite, a atleta deve passar o mínimo de tempo com a bermuda de ciclismo, principalmente no calor, e deve secar bem as partes íntimas após o banho.

3. Infeção urinária

Infecções urinárias são infecções bacterianas que podem acontecer em qualquer parte do corpo envolvida na produção e eliminação de urina, principalmente rins, bexiga e uretra. É também um problema bastante comum na população em geral, mas as ciclistas são especialmente vulneráveis, pelos mesmos motivos pelos quais são mais vulneráveis à vaginite: o uso prolongado de roupas apertadas e molhadas pelo suor, com aumento da temperatura.

São sinais da infecção urinária:

• Ardência e queimação para urinar;

• Vontade constante de fazer xixi;

• Urinar com maior frequência e em menor quantidade;

• Urina opaca, vermelha (com sangue misturado), ou com um cheio pungente.

A principal forma de evitar as infecções urinárias é pela troca de roupa assim que terminar o pedal, mantendo as partes íntimas sempre secas.

4. Hipertrofia labial

A hipertrofia labial se caracteriza pelo inchaço dos pequenos ou grandes lábios, que ficam com o tamanho aumentado. O inchaço acontece devido à compressão prolongada da região no selim, fazendo com que a drenagem linfática fique prejudicada e passe a reter líquido.

Alguns selins femininos apresentam um recorte no meio, justamente para aliviar a pressão nas partes íntimas. É importante, porém, a escolha do selim adequado, já que em alguns casos o recorte mal ajustado pode até aumentar a compressão sobre os lábios vaginais.

Mais uma vez, a solução para o problema envolve encontrar um selim adequado e fazer um bike-fit profissional.

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