Composição corporal para corrida | Dr. João Hollanda

Composição corporal para corredores

Seja você um corredor experiente que deseja melhorar o seu tempo ou um corredor casual de fim de semana que apenas quer perder peso ou melhorar o condicionamento físico, o controle da composição corporal sempre será importante. A busca de uma perda de peso “a qualquer custo” tende a ser prejudicial em ambas as situações, como veremos a seguir.

De maneira geral, corredores velocistas apresentam uma musculatura muito forte e índices baixos mas não excessivamente baixos de gordura corporal, enquanto corredores de longa distância possuem baixa massa corporal, músculos menores e níveis extremamente baixos de gordura corporal.

Para quem busca desempenho, a gordura extra aumenta o peso que deve ser transportado e, portanto, aumenta o custo de energia da corrida. Mesmo em corredores de resistência, como no caso de maratonistas ou ultra-maratonistas, a quantidade de gordura armazenada excede em muito a quantidade necessária para a produção imediata de energia e, dentro de limites saudáveis, quanto mais leve estes atletas forem, maior será sua vantagem competitiva.

De outra forma, se você tem alguns quilos a mais e gostaria de perder peso, a corrida é, de fato, uma ótima atividade, desde que observados certos cuidados. O excesso de gordura faz com que a força dissipada nas articulações cada vez que o pé toca ao solo seja elevada, aumentando o risco de sobrecarga e lesões relacionadas à corrida.

Não existe um valor absoluto no qual a corrida seja contraindicada mas, de fato, para pessoas muito acima do peso, pode ser interessante iniciar a prática esportiva por atividades com menos impacto sobre as articulações e, a medida em que o condicionamento melhora, introduzir a corrida gradativamente.

Quando a perda de peso se torna prejudicial

Quantidades de gordura corporal muitos baixas ou a perda muito abrupta de peso podem afetar tanto a saúde como o desempenho dos corredores, e devem ser evitados.

- Nestas situações, o organismo interpreta que o atleta está em “privação de alimentos”, o que fará com que ele busque preservar as reservas de energia (gordura) e passará a produzir energia através das proteínas provenientes dos músculos, que de fato é o tecido que mais consome energia no corpo. Ao invés de diminuir ainda mais a quantidade de gordura, este atleta passará a perder tecido muscular.

- Além da questão energética, a gordura tem outras funções fundamentais no organismo, como a produção de hormônios, o que também ficará comprometido nestas situações. Entre as mulheres, isso pode desencadear a Síndrome da mulher atleta, quando o deficit nutricional desencadeia dois outros problemas secundários: a osteoporose (redução da densidade óssea) e a amenorreia (falta de menstruação).

Infelizmente, não existe um percentil de gordura ideal universal, cada um tem o seu. Mais do que isso, não existe uma forma de se aferir objetivamente qual o ideal para cada atleta. Atletas de elite, que são submetidos a testes frequentes, costumam saber empiricamente qual o percentil de gordura no qual apresentam melhor rendimento, mas estes valores serão diferentes de uma atleta para o outro. Medidas isoladas tendem a ser pouco elucidativas, mas a mensuração frequente pode trazer informações valiosas.
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