Avaliação pré-operatória para a prótese do joelho (artroplastia)
A opção pela colocação de uma prótese no joelho é sempre uma decisão difícil de ser tomada. De fato, o desgaste da articulação provoca uma dor bastante incapacitante para as atividades do dia a dia. Porém, é preciso considerar os riscos envolvidos, já que a maior parte dos pacientes integra a população idosa e muitos já apresentam outros problemas de saúde, como pressão alta ou diabetes. Além disso, o pós-operatório deve ser exaustivamente explicado, uma vez que podem ser necessárias diversas adaptações na casa e na rotina do paciente.
Uma vez decidido pela cirurgia, o ortopedista especialista em joelho solicitará uma série de avaliações com o objetivo de orientar o paciente sobre o que fazer antes e após a cirurgia, além de avaliar fatores de risco individuais que exijam cuidados específicos antes, durante ou após a cirurgia.
1- Planejamento doméstico
Embora seja possível andar com andador pouco tempo depois da cirurgia, durante algumas semanas o paciente não terá uma vida independente. Dessa forma, será necessário contar com os cuidados da família ou de um cuidador durante o período inicial de recuperação.
Para facilitar a locomoção e reduzir os riscos durante a recuperação, podem ser adotadas várias modificações no ambiente doméstico, tais como:
Instalar barras de apoio ou corrimãos no boxe do chuveiro ou na banheira;
Garantir corrimãos firmes em todas as escadas;
Contar com um elevador sanitário com braços, se o vaso sanitário for baixo;
Retirar todos os cabos e tapetes soltos, para prevenir quedas;
Organizar o ambiente para que tudo que for necessário para o dia a dia esteja no mesmo andar, já que será mais difícil subir e descer escadas no início da recuperação.
2- Avaliação fisioterapêutica
Antes da cirurgia, é importante que um fisioterapeuta realize uma avaliação do paciente, com os seguintes objetivos:
Avaliar a força e função da musculatura antes da cirurgia;
Avaliar a funcionalidade do paciente em atividades diárias (caminhar, levantar da cadeira ou do vaso sanitário, subir e descer escadas, entre outras);
Avaliar o que já foi feito em tratamentos anteriores, uma vez que a fisioterapia é a base do tratamento não cirúrgico da artrose.
Para que possa se preparar adequadamente, o paciente será orientado em relação às medidas a serem adotadas até a cirurgia e no pós-operatório. Você pode encontrar mais informações sobre o assunto no artigo sobre Reabilitação pós-prótese do joelho.
Saiba mais de Reabilitação pós protese: https://ortopejan20.wpengine.com/reabilitacao-pos-protese-do-joelho/
3- Avaliação clínica e cardiológica
Para uma cirurgia mais segura e com bons resultados, é necessário, antes, avaliar e monitorar condições clínicas específicas que possam sofrer alterações durante a cirurgia. Da mesma forma, é preciso orientar medidas que possam reduzir os riscos de complicações durante a cirurgia e no pós-operatório, principalmente aquelas relacionadas ao sistema cardiovascular.
A perda sanguínea decorrente da cirurgia gera um estresse sobre o sistema cardiovascular. Por isso, os eventos cardíacos pré e pós-operatórios são a maior causa de mortalidade nestes pacientes.
O paciente também será questionado sobre doenças de base, como diabetes, hipertensão arterial, problemas cardiológicos, pulmonares ou reumatológicos. Além disso, o médico buscará por sinais que indiquem doenças não previamente diagnosticadas e que possam interferir no curso da cirurgia.
Pacientes de risco moderado a alto poderão se beneficiar de medidas para reduzir a probabilidade de eventos cardiovasculares. Essas medidas vão desde modificações da técnica cirúrgica e o uso de medicamentos até o cancelamento da operação.
A avaliação será complementada com a realização de exames de laboratório e eletrocardiograma para afastar o risco de infarto, arritmias graves ou outros problemas no coração. Outros exames complementares podem ser solicitados, dependendo da avaliação clínica e complementar inicial.
4- Avaliação pré-anestésica
No dia da cirurgia, o anestesista irá checar as avaliações clínicas e cardiológicas, para se certificar de que nada importante foi esquecido. Além disso, irá reavaliar o paciente em busca de novas condições que possam ter aparecido após a avaliação cardiológica, principalmente os quadros infecciosos e a crise hipertensiva.
Quadros infecciosos
Durante o curso de doenças infecciosas, os agentes causadores da infecção podem atingir a corrente sanguínea. Eventualmente, eles se instalam em outro tecido, causando um novo foco de infecção. No procedimento cirúrgico, o corpo concentra toda a sua energia para se defender da agressão gerada pela cirurgia. Isso reduz temporariamente a imunidade geral do organismo e aumenta o risco de infecção.
Esta é uma das complicações mais temidas após uma prótese de joelho. Em função disso, a cirurgia poderá ser suspensa se for constatado um quadro infeccioso no paciente. As infecções mais comuns e que levam à suspensão da cirurgia são as de vias aéreas, urinárias e dentárias:
Em casos de resfriado, quando o paciente apresenta corrimento nasal, tosse e mal-estar geral, a suspensão da cirurgia deve ser avaliada caso a caso;
O mesmo vale para as infecções urinárias assintomáticas, frequentemente diagnosticadas nos exames pré-operatórios;
Já no caso de infecções dentárias ativas, as cirurgias devem ser suspensas. Nessas condições, é importante questionar o paciente sobre eventuais queixas e sobre a última vez em que foi avaliado por um cirurgião dentista.
Crise hipertensiva
A hipertensão arterial descompensada é uma das principais causas de suspensão cirúrgica. Pacientes com a pressão relativamente controlada durantes as avaliações pré-operatórias também podem apresentar pressão descontrolada logo antes do procedimento, causada pelo estresse emocional.
Pacientes com hipertensão leve ou moderada (pressão arterial menor do que 180 x 110 mmHg) apresentam fraca associação de complicações perioperatórias e, de forma geral, não exigem a suspensão da cirurgia. Mas, aqueles com hipertensão grave, com níveis pressóricos acima de 180 x 110 mmHg, têm maior risco para instabilidade hemodinâmica, eventos isquêmicos e disritmias cardíacas.
Quando a decisão for pelo adiamento da cirurgia, é preciso ter ciência de que o adequado controle pressórico pode demorar até dois meses para acontecer. Portanto, não há benefício em suspender uma cirurgia por poucos dias. Isso apenas trará inconvenientes para o paciente, a equipe médica e o hospital.
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