Avaliação da composição corporal

Médico ortopedista especialista em joelho e médico do esporte

AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL

A avaliação da composição corporal busca quantificar qual a percentagem do peso corporal que é composta de gordura, de musculatura ou de outros tecidos. É uma medida fundamental tanto para o diagnóstico da obesidade e da sarcopenia como para avaliar a eficácia de dietas e exercícios físicos. Métodos para avaliação da composição corporal

Não existe um método universalmente recomendado para avaliação da composição corporal, já que cada modalidade apresenta vantagens e desvantagens. As medidas antropométricas são as mais utilizadas e incluem medidas de peso, estatura, circunferência abdominal e dobras cutâneas. Métodos mais complexos incluem a bioimpedância e a densitometria.

IMC (Índice de Massa Corporal)

O IMC é o método mais simples e mais utilizado para a avaliação da obesidade, podendo inclusive ser aplicado pelo próprio paciente em sua residência, uma vez que depende apenas da correta medição da altura e do peso. Este índice é calculado dividindo-se o peso corporal pelo quadrado da altura (peso/Altura2).

Em um paciente com 1,70m e com 78 kg, por exemplo, o IMC será de 27 (78/1,702 = 27). O resultado do IMC pode indicar as seguintes situações:

• Peso normal (IMC <25);

• Sobrepeso (IMC entre 25 e 30);

• Obesidade (IMC acima de 30);

• Obesidade mórbida (IMC > 40).

O teste não é de fato uma medida de composição corporal, uma vez que não diferencia qual a participação de cada tecido para a composição do peso total, mas é uma ótima forma de triagem para obesidade, já que pessoas com IMC normal dificilmente terão problemas decorrentes do excesso de gordura corporal.

A técnica apresenta limitações importantes:

• Não diferencia o peso proveniente da musculatura do peso proveniente de gordura, de forma que uma pessoa extremamente forte pode ser erroneamente classificada como obesa;

• Em pacientes que iniciam um trabalho para fortalecimento ou perda de peso, não será capaz de diferenciar a perda ou ganho de gordura da perda ou ganho de musculatura. Uma pessoa pode muito bem manter seu peso corporal total ganhando 3kg de musculatura e perdendo 3kg de gordura, e ainda que isso não signifique qualquer mudança no IMC o resultado deve ser considerado como extremamente positivo.

Perimetria corporal

A perimetria corporal consiste na mensuração de perímetros corporais pré-determinados. A mais importante na avaliação da obesidade é a relação cintura/ quadril, que ajuda a diferenciar a obesidade abdominal (androide, central, “em forma de maça”) da obesidade periférica (ginecoide, “em forma de pera”).

A obesidade central é mais frequente em homens e envolve maior risco de complicações cardiovasculares, diabetes tipo 2, síndrome metabólica e apneia do sono. Pacientes com obesidade periférica apresentam menor risco quando comparado com a obesidade central, porém maior risco quando comparado com não obesos. A doença vascular periférica, por outro lado, é mais frequente nos obesos periféricos.

Pregas cutâneas

É um método simples de ser aplicado, que consiste na aferição de pregas da pele pré-determinadas com a utilização de um aparelho portátil (Paquímetro). Estas medidas são colocadas em uma fórmula que irá estimar o percentil do peso corporal total que é composto por gordura.

É um ótimo teste para avaliar o resultado de dietas e outros tratamentos para a perda de peso, uma vez que é capaz de diferenciar perdas ou ganhos de gordura das perdas ou ganhos de musculatura. Tem também a vantagem de ser um método não invasivo e que não depende de instrumentos sofisticados, o que o torna valioso quando se pretende fazer medidas seriadas.

Bioimpedância

A bioimpedância é um dos métodos mais utilizados por nutricionistas, uma vez que consegue quantificar os diferentes tecidos do organismo, é bastante prático e envolve poucos custos. Consiste na mensuração da composição corporal por meio de um aparelho semelhante a uma balança que emite uma corrente elétrica; esta corrente apresenta diferentes níveis de resistência de acordo com o tecido que está atravessando (quanto maior a quantidade de água no tecido, menor a resistência).

Tecidos bem hidratados, como os músculos, possuem pouca resistência e a corrente é transmitida com maior velocidade, enquanto tecidos menos hidratados, como a gordura, possuem maior resistência e menor velocidade de condução da corrente elétrica. Ao mensurar a velocidade de transmissão das correntes, o aparelho é capaz de determinar a composição corporal aproximada. Por envolver a transmissão de corrente elétrica, o teste não deve ser feito em portadores de marcapasso ou em gestantes.

Densitometria por emissão de raios x de dupla energia (DXA)

A Densitometria por emissão de raios x de dupla energia (DXA) é considerada o método padrão ouro para avaliação da composição corporal. É um exame rápido (dura entre 10 e 20 minutos) e com alta precisão. Além disso, tem a vantagem de poder avaliar a composição em cada segmento do corpo (tórax, abdome, pelve), de forma a não apenas mostrar qual a quantidade de gordura e músculo no corpo, mas também como cada um destes tecidos está distribuído nos diferentes segmentos corporais.

Ainda que o exame envolva radiação, a quantidade de radiação é mínima. A principal desvantagem é a necessidade de utilização de um aparelho específico, geralmente disponível apenas nos laboratórios especializados. Médicos, nutricionistas e treinadores físicos não têm o exame prontamente disponíveis, o que pode dificultar a mensuração frequente.

Todos as técnicas para avaliação da composição corporal constituem-se de métodos indiretos e são, portanto, estimativas da composição. Nenhum deles representa uma medida exata. Como vimos acima, cada método tem suas vantagens e desvantagens, e o avaliador saberá indicar o mais adequado em cada situação.

A mensuração seriada para avaliação do resultado de dietas ou treinamentos físicos deve, porém, ser feita sempre com o mesmo método e de preferência com o mesmo aparelho. Métodos diferentes produzem resultados com alguma variabilidade e, no caso da mudança de método, seria difícil saber se a diferença de medida decorre de uma alteração real da composição corporal ou simplesmente da forma como foram feitas as medidas.

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