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Diabetes é uma síndrome metabólica caracterizada pelo aumento da glicose no sangue. Ela pode acontecer em decorrência da produção inadequada de insulina (diabetes tipo I) ou pela incapacidade da insulina em exercer adequadamente seus efeitos, devido ao aumento da resistência à insulina (diabetes tipo II).
O diabetes tipo II representa 90% dos casos da doença e acontece quando a as células deixam de responder à ação da insulina. Geralmente acomete adultos a partir dos 50 anos e está relacionada à obesidade e maus hábitos alimentares. O que descreveremos aqui, desta forma, está relacionado ao diabético tipo II.
Quando não é tratado adequadamente, o diabetes leva a um aumento crônico nos níveis de glicose no sangue. Este aumento da glicemia desencadeia lesões na microcirculação, sendo estas as responsáveis pela maior parte das complicações relacionadas ao diabetes, as quais podem envolver principalmente os rins, os olhos, os nervos e o coração.
Atividade física no diabético
A atividade física é fundamental para o controle da doença no paciente diabético. Por um lado, ela leva a uma redução na resistência à insulina, permitindo um maior controle glicêmico; por outro, ajuda no controle de diversos problemas de saúde muitas vezes vistas no paciente diabético, incluindo obesidade, aumento do colesterol e pressão alta. Tudo isso leva a uma redução significativa das principais complicações relacionadas à diabete, especialmente o infarto agudo do miocárdio.
O exercício físico não é isento de complicações nos diabéticos. Na presença de doença coronariana, o exercício pode precipitar angina, infarto do miocárdio, arritmias cardíacas ou morte súbita.
Ainda que o exercício ajude no controle da pressão arterial, durante a atividade é esperado que a pressão aumente. Em alguns casos, este aumento pode ser excessivo e prejudicial. Isso é válido especialmente na presença de retinopatia diabética ou nefropatia diabética, complicações características da diabetes e que podem piorar em decorrência do aumento da pressão arterial.
Finalmente, o exercício físico coloca um estresse adicional para o controle dos níveis de glicose no sangue, podendo desencadear tanto o aumento excessivo da glicemia (hiperglicemia) como a sua redução (hipoglicemia).
Para evitar isso, é fundamental que o diabético entenda sua doença e realize um adequado controle da glicemia antes, durante e após a atividade física e que não inicie a prática de exercícios enquanto a doença não estiver razoavelmente controlada.
A avaliação médica pré-participação é fundamental para potencializar os benefícios e minimizar os riscos no paciente diabético e deve incluir, sempre que possível, um teste de esforço cardiopulmonar (ergometria ou ergoespirometria).
Além de ajudar na prescrição dos exercícios, este exame permite ao médico avaliar o comportamento da frequência cardíaca e pressão arterial durante o esforço e avaliar sinais de isquemia, o
que ajuda a minimizar o risco de eventos cardiovasculares.
Como regra geral, podemos dizer que os potenciais benefícios da prática de atividade física no diabético superam em muito os eventuais riscos.
Alterações da glicemia com a atividade física
O maior desafio da prescrição da atividade física é o controle da glicemia durante e após a atividade física.
Durante o exercício, os músculos retiram grande quantidade de glicose do sangue e utilizam esta glicose para gerar energia.
Para compensar isso, o fígado aumenta a produção e a liberação da glicose no sangue. A entrada e saída de glicose no sangue é regulada por uma complexa interação entre diferentes reguladores hormonais, sendo os mais importantes deles a insulina e o glucagon.
O paciente diabético, por ter maior resistência à ação da insulina, pode ter o controle glicêmico alterado. Assim, é importante que, ao iniciar a prática de atividade física, comece com atividades mais leves de duração relativamente curta, e que mantenha um controle da glicemia antes durante e após o exercício.
Medicações e dietas podem ser ajustadas de acordo com a resposta individual à atividade e, a medida em que o indivíduo ganha experiência e passa a compreender melhor sua resposta individual ao exercício, atividades mais duradouras e mais intensas podem ser gradualmente introduzidas.