Antidepressivos e anticonvulsivantes
Alguns dos medicamentos mais eficazes e comumente usados para dor crônica foram desenvolvidos inicialmente para tratar outros problemas que não a dor. Embora não se destinem especificamente ao tratamento da dor crônica, os antidepressivos e os anticonvulsivantes se constituem atualmente em importantes pilares no tratamento de muitas das condições de dor crônica.
Ainda que muitos pacientes possam eventualmente conviver com a depressão, a atuação dos antidepressivos na dor crônica está diretamente relacionado ao efeito sobre a dor, e não sobre a depressão propriamente dita. Inclusive, as doses utilizadas no tratamento da dor crônica e da depressão são diferentes. Os antidepressivos podem ser indicados mesmo para pacientes nos quais não se identificam os sinais da depressão propriamente dita.
Quando a dor persiste por tempo prolongado, alguns pacientes desenvolvem o que se denomina de dor neuropática. Os nervos que transmitem o sinal da dor para o cérebro ficam hiperestimulados e provocam uma sensação dolorosa desproporcional à causa da dor.
O mecanismo analgésico desses medicamentos ainda não está totalmente esclarecido. De qualquer forma, eles atuam não sobre o problema que está causando a dor, mas sim sobre os nervos que transmitem a sensação dolorosa. Como elo comum, tanto a dor como a depressão e a convulsão são problemas associados ao funcionamento do sistema nervoso.
Quando utilizar os antidepressivos e anticonvulsivantes?
Antidepressivos podem ser indicados para o tratamento da dor crônica de característica neuropática. Dores nas costas, fibromialgia, artrose do joelho e dor nos nervos relacionados ao diabetes (neuropatia diabética) são algumas das possíveis indicações. Podem ser utilizados de forma isolada ou associados aos anticonvulsivantes, nos casos em que o alívio da dor apenas com os antidepressivos for incompleto.
Como utilizar os antidepressivos e anticonvulsivantes?
Tanto os antidepressivos como os anticonvulsivantes podem trazer efeitos colaterais, que na maior parte das vezes é leve ou moderado. Por isso, eles devem ser introduzidos gradativamente. Nas duas primeiras semanas, as medicações podem ser prescritas abaixo da dose terapêutica, para que o organismo se adapte à medicação. A introdução poderá ser feita à noite, já que a sonolência é comum no inìcio.
Pode levar algumas semanas até que o paciente sinta os efeitos sobre a dor. Não faz sentido, desta forma, interrromper o uso da medicação nos primeiros dias em decorrência da falta de efeito. Os anti-convulsivantes são prescritos quando o médico julgar que o efeito isolado dos antidepressivos estiver aquém do desejado.
O paciente com dor crônica precisa de um tratamento multidiciplinar envolvendo fisioterapia, exercicios fìsicos, psicoterapia entre outras coisas, além do uso de medicamentos. Quando o médico julgar que o componente neuropático da dor tiver sido bem controlado, a medicação será progressivamente descontinuada, evitando-se a retirada súbita das drogas.
Quais são os antidepressivos indicados na dor crônica?
Os antidepressivos e os anticonvulsivantes são classificados com base em sua estrutura química e em como eles funcionam. Existem diferentes tipos de medicamentos, com diferentes mecanismo de ação e diferentes efeitos colaterais. O médico deverá avaliar qual o melhor antidepressivo para cada caso.
• Antidepressivos tricíclicos: amitriptilina, nortriptilina (Pamelor).
• Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (SNRIs): duloxetina (Cymbalta);
• Anticonvulsivantes: gabapentina (Neurontin), pregabalina (Lyrica).
Quais os efeitos colaterais dos antidepressivos ou anticonvulsivantes?
Cada classe de medicamento é mais propenso a dar certos tipos de efeitos colaterais, sendo este inclusive um dos fatores que devem guiar o médico para decidir qual o medicamento mais indicado para cada caso.
Alguns dos efeitos comuns a estes medicamentos incluem:
• Visão embaçada;
• Sonolência;
• Boca seca;
• Náusea;
• Tontura ao levantar;
• Ganho de peso;
• pensamento lentificado;
• Prisão de ventre;
• Dificuldade em urinar;
• Problemas de ritmo cardíaco;
• Problemas na relação sexual.
Estes efeitos são até certo ponto esperados com o uso dos antidepressivos ou anticonvulsivantes. A introdução deve ser gradativa, justamente para minimizar estes efeitos colaterais. Converse com seu médico antes de descontinuar a medicação em decorrência deles.
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