Menopausa e atividade física
26 de janeiro de 2021Exercícios aeróbicos em idosos
26 de janeiro de 2021Andropausa e atividade física
Por volta da sétima ou oitava década de vida, um número significativo de homens saudáveis
apresenta níveis de testosterona livre ou biodisponível que, se observados em homens com
menos de 45 anos, indubitavelmente levariam à sua classificação como "hipogonadal".
Ainda que os homens não tenham um momento tão Marcante de interrupção na sua saúde
reprodutiva, um “divisor de águas”, como é o fim dos ciclos menstruais nas mulheres, eles
também sofrem com a redução nos níveis de hormônio sexual, no caso a testosterona. Os
termos andropausa ou hipogonadismo tardio são utilizados para descrever o que é conhecido
como “menopausa masculina”.
Outra diferença entre homens e mulheres é que nem todos os homens passarão pela
andropausa. A redução dos níveis de testosterona é um processo gradativo que se inicia a
partir dos 30 anos. Estima-se uma redução de aproximadamente 1% ao ano, mas esta
velocidade pode ser bem maior. O efeito da andropausa, desta forma, depende da quantidade
de testosterona que o paciente está perdendo.
A redução da testosterona acontece invariavelmente com a idade, mas outros fatores podem
contribuir para uma maior ou menor velocidade nesta redução. Doenças como diabetes ou
hipertireoidismo e uso de medicações como os anticonvulsivantes estão associados a um
menor nível de testosterona, mas os principais fatores estão associados a hábitos de vida
pouco saudáveis, como sedentarismo, obesidade, alcoolismo, abuso de drogas e tabagismo. O
nível de testosterona pode ser reduzido em até 40% quando uma pessoa não dorme o
suficiente.
Sinais e sintomas da andropausa
O hormônio testosterona é responsável pela construção de proteínas, regulando o sistema
metabólico, produzindo células sanguíneas e auxiliando nas funções do fígado. É também
responsável pelas ereções e pela regulação do libido. O hormônio é extremamente importante
para manter o corpo do homem saudável.
Entre os sinais e sintomas da redução na quantidade de testosterona, devemos incluir:
- Perda de massa muscular;
- – Falta de energia;
- – Obesidade;
- – Aumento do volume dos peitos
- – Osteoprorose (redução na densidade dos ossos);
- – problemas cardiovasculares;
- – disfunção erétil, ejaculação precoce ou falta de ejaculação;
- – diminuição do tamanho do pênis;
- – perda de libido;
- – Queda dos cabelos;
- – Aumento da próstata;
- – Mudanças emocionais e comportamentais ou mudanças de humor;
- – Perda de interesse em atividades diárias como esportes, negócios, atividades
domésticas ou trabalho.
Prevenção
A andropausa pode ser prevenida pela adoção de hábitos saudáveis ao longo da vida. Uma
pessoa que pratica exercícios físicos regularmente, tem bom controle do peso, bons hábitos de
sono, não fuma e não consome bebidas alcoólicas em excesso será capaz de minimizar a perda
da testosterona.
Diagnóstico
O diagnóstico da andropausa deve considerar a presença de queixas clínicas e exames
laboratoriais compatíveis. O diagnóstico não deve ser feito com base exclusivamente nos
resultados laboratoriais, já que alguns homens têm níveis de testosterona abaixo do normal
sem que desenvolvam os sinais ou sintomas e, nesses casos, nenhum tratamento será
necessário.
Outro ponto que precisa ser levado em consideração é que existe uma flutuação significativa
nos níveis de testosterona. Assim, idealmente o diagnóstico deve ser feito a partir de ao
menos dois testes seriados que mostrem níveis baixos da testosterona.
Tratamento
Os baixos níveis de testosterona podem estar associados a fatores como efeitos colaterais de
medicamentos, problemas de tireóide, apneia do sono, depressão e uso excessivo de álcool.
Obesidade, tabagismo e sedentarismo também levam a uma redução da testosterona.
Depois que essas condições são identificadas e tratadas, a testosterona pode se recuperar e retornar a
um nível normal. Mesmo que não retorne ao normal, os sintomas podem melhorar e, neste
caso, nenhum outro tratamento será necessário.
Hábitos alimentares também precisam ser considerados. Uma dieta rica em proteínas e
moderadamente baixa em carboidratos pode aumentar os níveis séricos de testosterona. Além
disso, é preciso evitar dietas "sem gordura", pois alguma gordura é necessária para produzir a
testosterona.
A terapia de reposição hormonal pode ser considerada no idoso com baixos níveis de
testosterona e sintomas característicos da andropausa, uma vez que as outras formas de
tratamento tenham se mostrado insuficientes.
Atividade física na andropausa
O exercício físico é isoladamente a parte mais importante do tratamento dos sintomas
da andropausa. Os efeitos positivos sobre os sintomas são equiparáveis às da terapia
de reposição hormonal, porém sem os riscos envolvidos com esta última.
Alguns aspectos devem ser levados em consideração na prevenção e tratamento da
andropausa por meio dos exercícios:
- – Os níveis de testosterona e hormônio de crescimento (GH) podem ser aumentados por
meio de exercícios, especificamente do treino contra a resistência (levantamento de
peso) e “Treinamento intervalado de Alta Intensidade” (HIIT). - – Muito se fala nas atividades de baixo impacto para proteger as articulações,
mas, quando possível, alguma forma de impacto deve ser incluída, com o
propósito de evitar a osteoporose, um dos problemas mais comuns associados
à andropausa. A caminhada é uma excelente opção; - – Exercícios aeróbicos são importantes para a prevenção de doenças
cardiovasculares e controle do peso; - – A perda de massa muscular está associada a piora da capacidade funcional do
idoso e é mais prevalente naqueles que sofrem com a andropausa. Isso deve
ser combatido por meio dos exercícios de fortalecimento.
Reposição hormonal
O envelhecimento sempre gera preocupações com a fragilidade e a incapacidade física. O
desejo de permanecer jovem o maior tempo possível faz com que um número crescente de
mulheres e homens recorram à reposição hormonal para “restaurar a juventude”.
Infelizmente, a solução não é tão simples como as vezes se faz parecer. Existem outros fatores
além da deficiência de testosterona que contribuem para a perda óssea, massa magra do
corpo / músculo esquelético, ganho de gordura corporal e para uma maior fragilidade global.
A extensão com que a deficiência de testosterona em sí está envolvida com todo este processo
ainda precisa ser determinada. Provavelmente ela tem espaço nas grandes deficiências de
testosterona, mas não parece ser um fator determinante nos casos de deficiências limítrofes,
que por sinal são a maioria. Tudo isso ainda precisa ser melhor avaliado cientificamente.
Mais do que isso, existe uma preocupação com os efeitos colaterais da reposição da
testosterona, a curto e a longo prazo. As maiores preocupações são com uma maior incidência
de doenças na próstata (hiperplasia benigna da próstata, câncer de próstata) ou eventos
cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, trombose).
Outros efeitos colaterais incluem acne, calvície, aumento dos seios e danos no fígado.
Por isso tudo, ainda que seja bastante divulgado como “solução para todos os problemas”, a
reposição hormonal é bastante questionada no meio médico.
Como regra geral, podemos considerar que níveis totais de testosterona menores do que 200 ng / dL indicam claramente hipogonadismo e costuma ter bons resultados com a terapia de reposição hormonal, uma vez
considerado o custo-benefício. Valores entre 200 e 500 ng / dL podem ser considerados
questionáveis por hipogonadismo e sugerem uma necessidade de avaliação adicional em
homens. Nestes casos, a simples mudança de alguns hábitos de vida pouco saudáveis pode ser
o suficiente.
Mesmo quando indicada, a reposição de testosterona deve ser feita na menor dose possível,
por curto período e sempre associada a outras medidas como a atividade física, melhora na
dieta e redução do consumo de álcool e tabaco.