Sarcopenia
26 de janeiro de 2021Andropausa e atividade física
26 de janeiro de 2021Menopausa e atividade física
A menopausa é o momento que marca o fim dos ciclos menstruais. O diagnóstico é
feito depois que a mulher fica 12 meses sem menstruar, ocorrendo geralmente entre
os 45 e os 55 anos de idade. Ela é considerada normal a partir dos 40 anos, mas
acontece antes desta idade em aproximadamente 1% da população.
A maior parte das mulheres apresentam a menopausa em decorrência do declínio
progressivo da produção dos hormônios estrógeno e progesterona pelos ovários,
hormônios estes responsáveis pela regulação dos ciclos menstruais.
Esta redução se inicia geralmente a partir dos 30 anos, sendo que a partir dos 40 anos
a mulher começa a manifestar sinais e sintomas decorrentes destas mudanças
hormonais. As menstruações podem pular um mês e depois retornar, ou pulam vários
meses e depois retornam com os ciclos mensais por mais alguns meses.
Eventualmente as menstruações passam a acontecer em ciclos mais curtos. Apesar
destas oscilações, a mulher continua fértil e pode engravidar. A este período
denominamos de pré-menopausa.
Outros sintomas característicos da menopausa podem começar a se manifesta no
período pré-menopausa e incluem ondas de calor, arrepios, suor noturno, problemas
com o sono, mudanças de humor, ganho de peso, queda de cabelo e pele seca.
Quais as consequências da menopausa?
Os hormônios ovarianos atuam sobre diversos outros órgãos do corpo além do
aparelho reprodutor, de forma que as consequências da menopausa também vão além
da perda da fertilidade e do fim dos ciclos menstruais.
- A pressão arterial começa a subir, o colesterol LDL (colesterol “ruim”) aumenta,
o colesterol HDL (colesterol “bom”) diminui e os triglicerídeos também
aumentam. Todos estes fatores levam a um maior risco de eventos
cardiovasculares, especialmente a doença coronariana e o infarto agudo do
miocárdio, que é a principal causa de óbito entre as mulheres. - A falta de estrogênio durante a menopausa altera o metabolismo ósseo e pode
favorecer o desenvolvimento da osteoporose. A menopausa precoce (antes dos
45 anos) aumenta ainda mais este risco. - Os tecidos da vagina e uretra perdem a elasticidade, de forma que a perda
involuntária de urina ou perda de urina com tosse, riso ou levantamento de
peso (incontinência de esforço) tornam-se comuns. - O metabolismo celular diminui, fazendo com que o ganho de peso seja comum
após a menopausa. - Depressão e outros sintomas de saúde mental podem estar associados à
menopausa.
Tratamento
Todas as mulheres sentem os efeitos da menopausa, mas a resposta é bastante
diferente de uma para outra. Algumas se adaptam bem e conseguem conviver com as
mudanças, outras sofrem muito mais.
Além disso, os sintomas também podem variar:
uma mulher pode sentir mais o lado psicológico, mas sem sofrer com perda de massa
muscular e acúmulo de gordura. Outra pode se manter equilibrada do ponto de vista
psicológico, mas sofre as consequências da osteoporose, e assim por diante.
A primeira medida a ser tomada é a mudança no estilo de vida, incluindo a melhora
dos hábitos alimentares, a higiene do sono, o abandono do tabagismo e a prática de
atividades físicas. Isso é importante não apenas para a melhora sintomática, mas
também para a prevenção de doenças que são mais prevalentes com a menopausa.
A terapia de reposição hormonal pode ser considerada em alguns casos, mas sempre
como uma terapia de suporte e em conjunto com as medidas listadas acima.
Atividade física na menopausa
O exercício físico é isoladamente a parte mais importante do tratamento dos sintomas
da menopausa. Os efeitos positivos sobre os sintomas são equiparáveis às da terapia
de reposição hormonal, porém sem os riscos envolvidos com esta última.
Alguns aspectos devem ser levados em consideração na prevenção de exercícios para a
mulher na menopausa:
- – Muito se fala nas atividades de baixo impacto para proteger as articulações,
mas, quando possível, alguma forma de impacto deve ser incluída, com o
propósito de evitar a osteoporose, um dos problemas mais comuns associados
à menopausa. A caminhada é uma excelente opção. - – Exercícios aeróbicos são importantes para a prevenção de doenças
cardiovasculares e controle do peso - – A perda de massa muscular está associada a piora da capacidade funcional da
mulher na menopausa e deve ser combatida por meio de exercícios de
fortalecimento.
Terapia de reposição hormonal
A terapia de reposição hormonal se caracteriza pelo uso de medicamentos contendo
hormônios femininos, especialmente o estrógeno, durante a menopausa. Ela pode ser
feita de forma sistêmica (emplastros, comprimido, gel, pomadas) ou por meio de
preparações vaginais.
- – O uso sistêmico significa que o hormônio se espalha no corpo e é utilizado
geralmente para tratar mulheres com menopausa precoce ou com sintomas
muito exacerbados da menopausa; - – Já as preparações vaginais têm forte efeito local e poucos efeitos sistêmicos, de
forma que são usadas para tratar sintomas como secura e desconforto vaginal.
No entanto, existem riscos associados à terapia de reposição hormonal,
principalmente quando usada por longo prazo. Entre os riscos, incluem-se o aumento
na incidência de eventos cardiovasculares (Infarto agudo do miocárdio, acidente
vascular cerebral, trombose) e câncer de mama.
Em função disso, associações como a American Heart Association se posiciona de forma contrária ao uso indiscriminado da terapia de reposição hormonal.
O tratamento é indicado principalmente em pacientes com menopausa precoce ou em
mulheres com sintomas muito exacerbados relacionados à insuficiência hormonal.
Mesmo nestes casos, a reposição hormonal deve ser considerada de forma temporária
e após uma adequada avaliação dos possíveis riscos e benefícios e deve ser sempre
acompanhada de outras medidas, especialmente das mudanças de hábitos de vida não
saudáveis listadas acima.