AVALIAÇÃO CARDIOLÓGICA DO TENISTA
5 de fevereiro de 2021Lesão na panturrilha
5 de fevereiro de 2021Avaliação musculoesquelética no tenista
O gesto esportivo do tenista depende de uma complexa sequência de movimentos que ocorre nas mais diversas articulações do corpo. Quando estes movimentos falham, a técnica esportiva fica prejudicada, o desempenho é comprometido e o risco de lesões aumenta.
A qualidade do movimento nas articulações depende, basicamente, de cinco fatores:
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- Mobilidade: Capacidade da articulação de realizar o movimento. A mobilidade pode ser dividida em mobilidade passiva (feita pelo examinador) e mobilidade ativa (feita a partir da contração muscular). A mobilidade depende da flexibilidade da articulação e da força da musculatura.
- Estabilidade: Capacidade de controlar o movimento. Para isso, os músculos estabilizadores devem atuar de forma antecipatória, evitando que um movimento indesejado aconteça. Ao se flexionar o quadril, por exemplo, existe uma tendência de a coluna lombar ser flexionada junto. Isso será evitado pela musculatura estabilizadora da coluna.
- Força: Capacidade de vencer uma resistência externa e produzir movimento. Ao subir uma escada, a musculatura do joelho precisa produzir força suficiente para levantar o peso do corpo de um degrau ao outro; na musculação, precisa produzir a força necessária para vencer o peso dos aparelhos.
- Resistência: capacidade de realizar um movimento de forma repetida.
- Potência: Capacidade de realizar um movimento rapidamente. Na prática esportiva, saques, arremessos e chutes são ações que envolvem potência muscular; atividades do dia a dia, como levantar-se de uma cadeira, também envolvem velocidade de movimento.
A avaliação musculoesquelética do tenista pode abordar cada uma destas habilidades de forma isolada ou através de movimentos funcionais, nos quais diversas habilidades são testadas de forma simultânea.
Avaliação funcional
Um teste de agachamento, por exemplo, pode ser usado para a avaliação da mobilidade do quadril, joelho e tornozelo. Um teste de salto testa a mobilidade, força e potência nestas mesmas articulações, e assim por diante. Quando um teste se mostra deficiente, é preciso que se investigue melhor para identificar qual o motivo da limitação.
A avaliação funcional tem a vantagem de ser rápida, já que diversas qualidades são testadas de forma simultânea, e de refletir melhor a realidade daquilo que acontece durante a prática esportiva, uma vez que não adianta uma musculatura ser forte em um teste no qual ela é avaliada de forma isolada, se esta força não for reproduzida durante os movimentos do tênis, quando outros grupos musculares estão sendo trabalhados de forma simultânea.
O Sistema de Avaliação Funcional do Movimento (Functional Movement Screen, ou FMS) é um sistema estruturado de avaliação criado em 1995, nos Estados Unidos, pelo fisioterapeuta Gray Cook e pelo preparador físico Lee Burton.
O FMS é constituído por sete testes de movimento funcionais que exigem um equilíbrio entre mobilidade, estabilidade e força. Este sistema pode ser aplicável a qualquer indivíduo, seja ele atleta ou não. A avaliação nos permite descobrir quais padrões de movimento que são problemáticos para o indivíduo avaliado. Dependendo do padrão de comprometimento, o examinador pode inferir quais as habilidades que precisam ser melhor trabalhadas. Outros sistemas de avaliação estão disponíveis atualmente, com movimentos diferentes daqueles sugeridos pelo FMS.
Avaliação de força
O tênis é um esporte assimétrico, uma vez que o atleta segura a raquete sempre com a mesma mão, saca sempre com a mesma mão e gira o corpo preferencialmente para o mesmo lado. É natural, desta forma, que o tenista tenha um lado do corpo mais forte do que o outro. Nos membros superiores, isso tem pouca importância e deve ser considerado como uma adaptação positiva relacionada ao esporte.
O desequilíbrio nos membros inferiores, por outro lado, está envolvida com a ocorrência de lesões bastante impactantes para o tenista, incluindo as distensões musculares da panturrilha e a lesão do Ligamento Cruzado Anterior. Para aqueles que se dedicam ao esporte com mais afinco, é importante que realize um trabalho paralelo na preparação física com o objetivo de reequilíbrio de forças.
A força pode ser avaliada por meio do teste de dinamometria manual ou isocinética. Uma diferença de força de até 10% entre os membros é considerada normal. Acima disso, está relacionada a aumento no risco de lesões, de forma que deve ser corrigida.